Luis Augusto de Almeida Persigo foi reeleito Presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Ijuí (CBH – Rio Ijuí). Em uma plenária realizada no dia 23 de abril, no prédio 13 da URI, canpus de Santo Ângelo, os titulares do comitê, que é formado por 39 membros, aprovaram a candidatura de Pérsigo (presidente) e Júlio Cesar Ferreira Gomez (vice-presidente).
Antes da eleição um edital público abriu as inscrições para 39 cadeiras, distribuídas na proporção de 40% para membros usuários de água, 40% dos membros representantes da sociedade civil organizada (vereadores, ambientalistas, associações, etc) e 20% membros de órgãos públicos federais e estaduais.
Projetos e metas
Segundo o Presidente reeleito, o principal objetivo em sua gestão é concluir o Plano de Metas da Bacia Hidrógráfica do Rio Ijuí. Esta é a terceira etapa do “Plano Geral”, trabalho que já cumpriu outras duas metas: A) Diagnóstico Demográfico B) Diagnóstico Ambiental
O comitê deve elaborar agora a fase C) Plano de Metas da Bacia Hidrográfica do Rio Ijuí, que está orçado em 1,3 milhões, o resultado deste trabalho deve apresentar um diagnóstico dos principais conflitos percebidos em toda a bacia, servirá de referência para a realização de ações em prol da conservação e uso adequado do manancial hídrico do Rio Ijuí e seus afluentes.
Saiba o que é uma bacia
Entende-se por bacia hidrográfica toda a área de captação natural da água da chuva que escoa superficialmente para um corpo de água ou seu contribuinte. Os limites da bacia hidrográfica são definidos pelo relevo, considerando-se como divisores de águas as áreas mais elevadas. O corpo de água principal, que dá o nome à bacia, recebe contribuição dos seus afluentes, sendo que cada um deles pode apresentar vários contribuintes menores, alimentados direta ou indiretamente por nascentes. Assim, em uma bacia existem várias sub-bacias ou áreas de drenagem de cada contribuinte.
A bacia e o comitê
O Rio Grande do Sul está mapeado com 24 bacias hidrográficas. A Bacia Hidrográfica do Rio Ijuí, está situada a norte-noroestedo do Estado. O Comitê foi criado pelo decreto 40916 de 30 de julho de 2001, abrange 37 municípios com uma população aproximada de 342 mil habitantes. A secretaria executiva da autarquia fica em Santo Ângelo com sede no campus da URI – Universidade Regional Integrada.
O comitê gerencia e planeja o conjunto de ações estratégicas pertinentes ao futuro dos recursos hídricos da região, entre outras ações, define o valor de contribuição financeira de quem usa a água. Também cabe ao comitê gerenciar os conflitos inerentes aos usos, como aqueles que derivam da irrigação, produção de energia, pesca, saneamento básico e também do esgoto despejado nos rios. Em suma, todo o processo de uso e conservação das águas do Rio Ijuí e de seus afluentes é de competências do comitê.
Para dar conta da agenda de assuntos os membros se reúnem uma vez a cada mês, com reuniões descentralizadas, ou seja, todo o mês uma cidade recebe os membros para a reunião. Persigo diz que hoje, existem 11 estudos de empreendimentos na área de energia, todos eles devem passar pela análise do comitê.
Resultados do trabalho
O trabalho do comitê permitiu realizar a cartografia de toda a bacia e seus afluentes, hoje é possível também, conhecer a classificação das águas que compõe a bacia. O Rio Itaquarinchim (foto), por exemplo, em uma escala de 1 a 4, pertence a “Classificação 4”, (Classificações etabelecidas pela Resolução CONAMA nº 274, de 2000) conclui-se que as águas do Rio Itaquarinchim são tão poluídas que é impossível utilizar-se delas, mesmo após tratamento avançado. Metais pesados apresentam-se em números elevados e mesmo um tratamento mais especifico muitas vezes não é capaz de remover esse tipo de substância tóxica.
Segundo Persigo, os rios Potiribú e Fiúza também estão em ingual situação, receberam “Classificação 4” e apenas Santo Ângelo e Ijuí estão trabalhando para sanear este problema. O Plano de Bacia estabeleceu que o Rio Itaquarinchim, em 20 anos deve atingir a “Classificação 2”.
Por outro lado, os estudos revelam que o Rio Ijuí pertence a “Classificação 1”, a água pode ser utilizada para o abastecimento do consumo humano, após tratamento simplificado; à proteção das comunidades aquáticas; à recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho, resultado proveniente da boa disponibilidade hídrica e da ictiofauna (peixes e toda a flora).
Os membros do CBH – Rio Ijuí, devem lançar um livro com uma série de artigos científicos relatando as experiências vivenciadas dentro da bacia. A publicação é distribuída em escolas, universidades, ambientalistas, entre outras entidades. Segundo o presidente Luis Augusto de Almeida Persigo, o livro é muito concorrido, pois tem sido usado com fonte para muitos estudiosos da área. Este já é o segundo livro elaborado pelo comitê.
Diante das características e potencial hídrico do Rio Ijuí, Persigo alerta para o uso racional da água do rio, pois a prioridade é o abastecimento público. Outra preocupação é a agilização do CAR – Cadastramento das Áreas Rurais, pois é por meio das informações obtidas neste cadastro que será possível iniciar um trabalho de reflorestamento e estabelecer a APP – Áreas de Preservação Permanete no entorno do rio. No caso do Rio Ijuí é de 100m.
Qualidade da água