![Portão principal do Colégio Pedro Segundo localizado na zona norte de Santo Ângelo](https://jom.com.br/wp-content/uploads/2016/10/Ocupação-02.jpg)
O Colégio Estadual Pedro II, localizado na zona norte do município foi reaberto na sexta-feira, dia 28, e a diretora Sandra Coppine Rosa, ao prestar esclarecimentos falou que considera justa a reivindicação dos alunos, mas entende que o acorrentamento dos portões não seja um modo adequado e democrático de protestar no contexto de Santo Ângelo e sugeriu aos alunos que fossem realizados atos públicos de esclarecimento sobre a Medida Provisória 746 e a PEC 241, pois no entendimento da diretora e dos alunos parte da população prefere não discutir o significado desta política que vai interferir no futuro das novas gerações.
Durante uma entrevista ao programa Rádio Visão, Luiz Roque, perguntou para a Professora Sandra, se o fechamento da escola “teria mudado o Brasil” e se os alunos com apenas 16 anos teriam discernimento suficiente para entender o que significa a PEC 241.
A diretora em sua resposta explicou que os alunos são suficientemente politizados para entender o significado e as consequências da atual política de congelamento de gastos na área da educação durante os próximos 20 anos. Defendeu o trabalho educacional mantido naquela instituição, lembrando que durante o conflito ela estava em Porto Alegre no Palácio Piratini recebendo um prêmio de reconhecimento que apenas 29 escolas da rede pública estadual em todo o Rio Grande do Sul foram agraciadas. Defendendo assim, com este e outros argumentos a pedagogia da escola como processo educacional público e de qualidade, bem como o discernimento dos alunos que frequentam a instituição.
Houve também ainda na quarta-feira, uma reunião entre o Conselho Tutelar, o Promotor Regional de Educação Márcio Bressam, direção da escola e os alunos. Os alunos se mostraram irredutíveis e naquele momento não houve entendimento, pois os alunos acreditavam que a ocupação da escola e a interrupção das aulas seria a única forma de mostrar o descontentamento pela atual política de congelamento dos gastos públicos, inclusive com a educação, como sugere a PEC 241, eles também discordam com o modo imposto que está sendo pensada a reforma do ensino médio.
“Ainda é possível reverter a situação, a PEC 241 não foi votada no senado”, disse o aluno de 16 anos, que citou o número de escolas ocupadas nacionalmente. Ele e o grupo que fez a manifestação na escola Pedro II, são inspirados no “Ocupa Tudo”. O movimento se declara “dos estudantes para os estudantes”, afirmam que não são doutrinados por ideologias partidárias e sindicais, reconhecem a necessidade de reformas profundas na educação, no entanto, uma reforma dialogada com especialistas da área e priorizando o entendimento social e democrático e não imposto como tem se mostrado.
Neste sentido os alunos sentem-se no direito de ocupar uma escola que é pública para defender a manutenção do futuro da educação no país. Em Santo Ângelo o Pedro II ficou fechado na quarta e quinta-feira sendo reaberto na sexta com negociação liderada pela Diretora que voltou a função neste dia.