Transporte de passageiros na cidade de Santo Ângelo
Graças à gentileza do empresário Eno Cortez, tenho em mãos cópia do primeiro contrato celebrado entre a Prefeitura e o senhor Jacob Narciso Hommerding, para o transporte de passageiros na cidade de Santo Ângelo.
O documento tem a data de 24 de dezembro de 1959, assinado em cima de três selos do Tesouro Nacional, pelo Prefeito José Carlos Kist e pelo Narciso, que também era dono da Churrascaria Narciso, depois vendida para Faldino Siede. Este trocou o nome para “Churrascaria dos Motoristas”, na Rua Marechal Floriano, zona norte da cidade. Começava então o transporte urbano na Capital das Missões.
José Carlos Kist não tinha curso superior, autodidata convicto, trabalhou em diversas empresas comerciais da cidade, revelando-se como funcionário competente, o que lhe deu ótimo relacionamento na comunidade. Em razão disso, enveredou pela política partidária, como membro do Partido Social Democrático (PSD).
Por duas vezes, Kist assumiu o gabinete prefeitural. Na primeira, como vice de Pio Müller da Fontoura, Capitão da Brigada Militar, depois eleito deputado federal.
Mais tarde, elegeu-se prefeito pela mesma sigla. No segundo mandato de Ildo Meneghetti, como Governador do Estado, desempenhou o cargo de Secretário de Educação e Cultura. De volta a Santo Ângelo, assumiu a presidência da Fundação Missioneira de Ensino Superior, sucedendo ao Major-Dentista Cândido Colossal da Silva.
Jacob Narciso Hommerding, homem simples e trabalhador, ganhou a exclusividade para o transporte de passageiros na cidade pelo prazo de quatro anos.
Mas o pai do popular Chico, o criador da tradicional Churrascaria do Chico, e avô do Juiz de Direito Adalberto Narciso Hommerding, não se apegou ao empreendimento e o passou adiante.
Depois de vários concessionários, a Viação Tiaraju, comandada pelo Eno, assumiu a responsabilidade, há algumas décadas, deslanchou e, hoje, com boa frota de ônibus, transporta passageiros para todos os cantos da cidade.
Nos primeiros anos, o ônibus circulava com escassos passageiros, Santo Ângelo tinha poucas vilas, denominação da época, e era pequeno o número de habitantes.
PS – Sobre a coluna anterior, a advogada Iara Pelizzaro de Araújo mandou e-mail, cumprimentando pelo “ótimo texto” e contando que “em minha casa, somos três, eu, marido e filho, trabalhamos no mesmo horário e pela manhã, antes de sair, lemos (cada dia, um) uma passagem ao acaso do Evangelho Segundo o Espiritismo. E fazemos o culto do Evangelho no lar uma vez por semana.”