Sábado – 27/11/2010

O fechamento do Hospital Santa IsabelHá 70 anos sob a coordenação da família Stümpfle, o Hospital Santa Isabel encerra as suas atividades no dia 30 de dezembro de...

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O fechamento do Hospital Santa Isabel
Há 70 anos sob a coordenação da família Stümpfle, o Hospital Santa Isabel encerra as suas atividades no dia 30 de dezembro de 2010. Na manhã de ontem, em uma emissora de rádio local, o médico Dr. Rolando Stümpfle, há 50 anos à frente da instituição, declarou o fim deste hospital na Capital das Missões. “Foram 50 anos de total dedicação exclusiva ao Hospital Santa Isabel, o qual foi construído pelos meus pais, e neste momento que informa a comunidade santo-angelense sobre esta triste notícia, peço desculpas aos clientes e às pessoas que têm a sua vida ligada a esta casa. Atualmente, o Hospital conta com 25 funcionários diretos e um total de 70 funcionários de forma indireta. Porém, na próxima quarta-feira, dia 1° de dezembro, ocorre o desligamento laboral dos funcionários. São 70 anos que chegam ao fim”, resumiu.
O fechamento do Hospital Santa Isabel resume a real situação da saúde em nosso país. Falta vontade política do governo federal para resolver o caótico problema da saúde em nosso país. Habitualmente, não há verba suficiente para a saúde, entretanto, quando esta existe é corroída por dois tipos de cupins insaciáveis: a má gestão política e a corrupção, irmãs siamesas que seduzem Brasília/DF nestas épocas de “Bolsa Família”, “Bolsa da Tia”, “Bolsa da Feira”, e não sei mais o quê!
O Sistema Único de Saúde (SUS), responsável pela integralidade das ações de saúde no serviço público, é igual à nossa Carta Magna de 1988, no papel é perfeito. Mas, na realidade, é uma utopia. Como o SUS não dispõe de uma estrutura para suprir o atendimento à população, utiliza-se da rede privada para complementar, o que é perfeitamente lícito e constitucional. Muitas vezes sai até mais barato terceirizar do que montar um serviço próprio. Mas, aí, aparecem os puristas das mais diversas tribos a dizer que o SUS não pode se contaminar utilizando os serviços da rede privada.
O que vemos hoje é que um quarto (25%) da população do país se associa a algum plano de saúde para suprir a deficiência do sistema público. Os arautos defensores da castidade virginal do SUS se valem dos planos e seguros de saúde privados. Entretanto, não querem permitir esse acesso aos desassistidos. Enfim, é triste vermos Santo Ângelo/RS, um município que no início dos anos 1980 chegou a ter 100 mil habitantes, hoje tenha perdido em torno de 20 mil habitantes em 30 anos, e ainda “se dá o luxo” de perder três hospitais: Gatz, Nossa Senhora de Lurdes e Santa Isabel. Triste Fim!

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