Sábado – 27/11/2010

O português nosso de cada dia E vamos ao assunto da regência verbal de seis verbos muito usados na área esportiva. Um exemplo é este: O pênalti favorece...

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O português nosso de cada dia

E vamos ao assunto da regência verbal de seis verbos muito usados na área esportiva. Um exemplo é este: O pênalti favorece ao time da casa. Preposição não se come nem se inventa. O verbo favorecer não tem preposição. Ninguém, pois, deve inventá-la. Frase correta: O pênalti favorece o time da casa.
Favorecer é verbo transitivo direto e exige, com complemento, objeto direto. Não tem, portanto, preposição. Favorecer é favorecer o quê e não ao quê, quem e não a quem. Vejam-se mais estas expressões erradas: a falta favoreceu ao Internacional; a eleição presidencial favoreceu ao Brasil; e Serra não favoreceu a Dilma nos estados sulinos. Antes de Dilma encontra-se a preposição a erradamente posta e não o artigo a acertadamente posto. Escrevamo-las corretamente: a falta favoreceu o Internacional; a eleição presidencial favoreceu o Brasil; e Serra não favoreceu a Dilma nos estados sulinos. Essa última frase ficaria melhor no português se fosse dita assim: e Serra não favoreceu Dilma nos estados sulinos.
Estes três verbos muito usados nas narrações esportivas – driblar, atingir e agredir – também não têm preposição. São transitivos diretos. Narrador esportivo algum deve ter coragem para dizer que o jogador A driblou ao jogador B; que o torcedor inconformado atingiu ao juiz ladrão; que o gremista enervado agrediu ao colorado pacífico. Os bons narradores esportivos, aqueles que valorizam os conhecimentos cultos das regências verbais, irão dizer essas frases deste jeito: o jogador A driblou o jogador B; o torcedor inconformado atingiu o juiz ladrão; o gremista enervado agrediu o colorado pacífico. E, de arremate, penalizar e punir. Penalizar é causar pena. Punir é castigar, aplicar pena. Errado: O jogador foi penalizado. Certo: O jogador foi punido.

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