Porque há tantos olhos de boneca nas árvores da Avenida Brasil?

Anualmente a floração de uma espécie de orquídea do gênero Dendrobium mostra suas cores nos espaços públicos de Santo Ângelo. O nome popular desta orquídea é olhos de...

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Anualmente a floração de uma espécie de orquídea do gênero Dendrobium mostra suas cores nos espaços públicos de Santo Ângelo. O nome popular desta orquídea é olhos de boneca e elas estão nos trocos dos ipês amarelos da Av. Brasil, nos Jerivás que circundam o lago da Praça Pinheiro Machado e também ornamentam árvores em quintais de moradores.

As orquídeas que todo ano florescem na Av. Brasil não cresceram ao acaso, foram fixadas por meio de uma ação pensada e voluntária de Astrid Schneider, uma moradora da cidade que é apaixonada pela natureza. No trecho central do município, entre a Marquês do Herval e a Marechal Floriano, cada ipê amarelo que divide a Avenida Brasil, tem uma touceira de orquídea.

Canteiro Central da Av. Brasil - Foto: Marcos Demeneghi
Canteiro Central da Av. Brasil – Foto: Marcos Demeneghi

Astrid revelou para a redação do Mensageiro que no início da década de 90, com ajuda de duas pessoas, cedidas pela administração municipal, fixou 200 bulbos de orquídeas (dendrobium nobile orchid) em cada um dos ipês. Outras mudas foram implantadas em árvores da Praça Ricardo Leônidas Ribas e nos Jerivás da Pinheiro Machado.

Na Praça da Catedral, esta espécie de dendrobium se adaptou muito bem ao caule dos Jerivás. Envolta do lago da praça, existem 21 palmeiras desta espécie, em pelo menos seis delas são vistas touceiras de orquídeas.

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Esta espécie de orquídea é de fácil cultivo e suas mudas são feitas por divisão de touceiras, e, por este motivo, estão entre as orquídeas mais difundidas e comuns. Na wikipédia buscamos a origem do nome. “O nome deste gênero (Den.) deriva da união de duas palavras gregas: δένδρον (dendron), que significa “árvore”, e βιος (bios), que significa “vida”; referindo-se à maneira como vivem as espécies deste gênero, ou seja a sua natureza epífita.

Vale lembrar que as plantas epífitas não são parasitas, embora as raízes ajudam na fixação da planta à árvore hospedeira, não sugam a seiva, apenas coletam umidade e nutrientes do ar e da água da chuva. O estresse hídrico, ou seja, falta de rega durante o período de despertar da planta, favorece o aparecimento das flores. Este ano foi marcado por extremos climáticos, e talvez isso explique farta floração observada na Avenida.

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