Em frente ao Teatro Municipal Antônio Sepp, em Santo Ângelo, um grupo de cachorros de rua brinca com o cobertor que ganharam de pessoas anônimas. Nesta semana de frio, além do alimento, desfrutaram de abrigo para proteção do tempo severo
O trânsito de cães no centro de Santo Ângelo, bem como, a relação destes animais com a comunidade, mostra que cresce o número de animais abandonados. Observam-se sem muito esforço as denúncias de maus tratos, campanhas de adoção, mas também, atos de carinho e cuidados anônimos. Até mesmo, uso político da causa animal é percebido para aumentar o engajamento e publicidade em torno deste tipo de ação.
Os fatos demonstram que os moradores ainda não conhecem, de fato, todas as implicações que resultam da adoção de um animal, bem como, qual o manejo correto para evitar problemas de convivência familiar, pois a decisão de levar um animal para casa pode alterar toda a rotina dos moradores. O resultado deste desastre doméstico implica na esfera pública, mas ações isoladas de moradores que ajudam estes animais, podem servir de inspiração para ter mais responsabilidade no momento da adoção.
Os cães que são abandonados também interferem no trânsito das ruas de Santo Ângelo, causam acidentes e até constrangimentos aos clientes do comércio e serviços. Há relatos de que, na rua, os animais são agredidos fortuitamente. Pelo menos é o que narra uma comerciante que observa a rotina dos cachorros fotografados, diariamente. Ela conta que já derrubaram pedestres, ciclistas, inclusive com necessidade de acionar o SAMU.
Mas do mesmo modo que pessoas agridem sem motivo e eles causam problemas, recebem o carinho anônimo dos vizinhos, veterinários, pessoas que realmente se preocupam com a causa destes animais, pois nestes dias frios ganharam cobertor, uma casinha e são tratados com água e alimentos.
De acordo com o último índice divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as populações de cães e gatos são de 54 e 24 milhões, respectivamente. Com a tendência de crescimento apontada no estudo, em 10 anos, o número de cães seria de 70,9 milhões e, no caso de gatos, seria de 41,6 milhões.