Uma conquista para os comerciários e o apagão das luzes do comércio

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Mesmo com a mobilização dos empresários lojistas e com um abaixo assinado pedindo que o comércio continuasse a atender até às 22 horas no período natalino, não foi possível reverter a situação.
Um grupo de lojistas empresários surpreendidos com a norma de fechar o comércio às 20h no período natalino em Santo Ângelo e também em 17 municípios missioneiros redigiram, assinaram e protocolaram um abaixo assinado junto ao Sindilojas Missões. Pediram que a entidade que é o Sindicato Patronal do Comércio Varejista, representasse seus interesses e tentasse reverter a decisão em conjunto com o Sindicato dos Empregados do Comércio.
Uma reunião entre a diretoria e o departamento jurídico do Sindilojas Missões e o Sindicato dos Empregados do Comércio foi realizada às 14h, de segunda-feira, no entanto, foi tomada uma decisão técnica de manter o fechamento do comércio às 20h. O presidente do Sindilojas Missões, Gilberto Aiolfi, disse que na avaliação do departamento jurídico não seria viável, pois só seria possível após outro acordo coletivo. Os representantes acreditam que o desgaste para reverter o acordo anterior poderia causar mais ônus que bônus para ambas as partes. Aiolfi destaca que o comércio está preparado para por em prática as suas estratégias de venda não prejudicando o espírito de natal.
De outro lado, a empresária Marget Cavalheiro, que liderou o movimento pró 22h, assim que soube da decisão formulou uma carta pedindo que fosse desassociada do Sindilojas. “Não me senti representada pelo Sindicato Patronal” no meu entendimento foi uma decisão imposta. Desconhecíamos a pauta da assembleia e fomos surpreendidos com esta informação. “Caso soubéssemos antes, teríamos tomado providências com tempo hábil da decisão ser revertida”. A empresária, que é franqueada do O Boticário em Santo Ângelo, disse que será a única loja que fechará as portas neste horário no Brasil.
Marget e a maioria dos empresários presentes na reunião de segunda-feira não se sentem representados pela decisão,  citam que houve uma falha de comunicação, pois desconheciam a agenda da assembléia, ainda que, foi uma decisão inédita na história do comércio de Santo Ângelo e das Missões.
O presidente da ACIGI – Associação Comercial e Industrial de Giruá, Regis Kegler, e também o gerente da loja Três Passos daquela cidade, se deslocaram especialmente para entregar um abaixo assinado dos lojistas, no entanto, foram impedidos de participar da reunião, funcionários do Sindilojas alegaram que a capacidade da sala estava esgotada e não havia lugar para mais pessoas, e nem mesmo os jornalistas, puderam participar da reunião. Os empresários da referida cidade relataram a peculiaridade do comercio em Giruá, afirmando que já sofrem com a concorrência da cidade de Santo Rosa, e, provavelmente, os clientes vão se dirigir para a cidade vizinha. Eles acrescentam que a venda tem seu pico entre 20 e 21 horas, “será uma perda irreparável para o comercio de Giruá”, disse Laércio Kogler gerente da Três Passos há 32 anos.
A assembleia que definiu o horário de natal foi realizada no dia 13 de maio de 2014. Os empresários foram avisados por edital de convocação publicado em jornais e também por e-mail.  O acordo determina que o comércio local deverá funcionar das 9h às 20h a partir do dia 17 de dezembro até o dia 23. No dia 24 de dezembro, o horário de funcionamento será das 9h às 17h, com intervalo de duas horas para o almoço. Segundo informaram os presidentes dos dois sindicatos a decisão foi tomada levando em consideração uma série de avaliações, tanto da parte dos empregados, quanto dos patrões.  O descumprimento deste acordo incide em multa para os comerciantes.
Segundo o tesoureiro do Sindicato dos Empregados do Comércio de Santo Ângelo, Cristian Fontella, um conjunto de fatores influenciou na tomada da decisão, desde questões trabalhistas, até o custo operacional das lojas. Tanto funcionários, quanto patrões, falam de um baixo fluxo de clientes, sendo este, um dos motivos que pesou na tomada de decisão. Conforme destacado pelas entidades, o volume de vendas apurado nos anos anteriores não justifica o horário estendido.
O acordo engloba comerciários de 17 municípios: Santo Ângelo, Entre-Ijuís, Cerro Largo, Eugênio de Castro, Giruá, Guarani das Missões, Mato Queimado, Roque Gonzales, Salvador das Missões, São Miguel das Missões, São Paulo das Missões, São Pedro do Butiá, Senador Salgado Filho, Sete de Setembro, Ubiretama e Vitória das Missões.

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