Quando o assunto é a atração de turistas para o Rio Grande do Sul os gestores públicos do interior buscam referências nas práticas adotadas na Serra Gaúcha, mais especificamente em Gramado. Fazem viagens para a Serra com dinheiro público e até copiam ideias.
Lembramos que Gramado tem o título de cidade mais florida do Brasil e este assunto até foi tema de um encontro realizado em Santo Ângelo, no qual o Coordenador do Horto Municipal daquela cidade, Márcio Pottratz explicou todo o processo que é usado para produzir 560 mil mudas anualmente e fornecer flores para colorir a cidade e encantar cerca de 6 milhões de turistas que passam pela Serra Gaúcha todos os anos.
O seminário foi realizado no dia 17 de agosto, se passaram quatro meses e as floreiras próximas aos pontos de visitação de Santo Ângelo continuam quebrados, monocromáticos e sem flores. O material orgânico que se acumula passa despercebido, pois combina com o aspecto geral do local e os moradores acostumaram-se com o visual da cidade e de suas floreiras.
Mas o turista está atento. O turista não faz celfie naquele local. O turista não fica encantado com o capricho.
No “Retrato Cotidiano” um grupo de jovens turistas escuta explicações sobre o monumento erguido em homenagem aos índios guaranis. Este monumento também é uma referência ao Cacique Sepé Tiaraju, líder dos guaranis locais e símbolo de amor a terra e a cultura desenvolvida naquela época. Conta-se que no dia 7 de fevereiro de 1756 o cacique Guarani Sepé Tiaraju teria sido morto por exércitos que faziam cumprir o Tratado de Madri entre Portugal e Espanha.
O eco das vozes guaranis ficou eternizado na frase “Esta terra tem dono”, atribuída a Sepé. O cacique representava o povo nativo que habitava este pedaço de chão sul americano. Parte destes guaranis se renderam aos ensinamentos de padres espanhóis e formaram uma cultura diferente da indígena original e diferente da cultura hegemônica na época.