“Elisa Nômade”

Ex-professora argentina desencanta-se com seu país e adota a estrada como pátria

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Elisa Zanona e suas duas cadelas, Mina e Flaca no Centro Histórico de Santo Ângelo
Elisa Zanona e suas duas cadelas, Mina e Flaca no Centro Histórico de Santo Ângelo
A professora nômade vende quadros com frases e confecciona brinquedos didáticos
A professora nômade vende quadros com frases e confecciona brinquedos didáticos

Elisa Zanona é uma ex-professora argentina de educação artística que adotou uma vida nômade. Depois de viajar por cidades pátrias, veio pela primeira vez para o Brasil e na última semana estacionou seu carro adaptado nas margens da Praça Pinheiro Machado onde interagiu com alunos e pessoas que transitavam pelas ruas e avenidas. Para sobreviver ela vende placas de madeira com frases prontas, uma das frases mais vendidas foi “Não há estrada longa quando há algo que se busca”.
Elisa se desencantou com a política, economia e sistema educacional do seu país. Adaptou um veículo que agora é sua casa e vive transitando pelo mundo. “Quando quero assistir uma novela abro a cortina do meu “carro/casa” e olho a natureza, os conflitos das pessoas que cruzam as ruas”, brincou a professora que afirma desencanto com o sistema educacional do seu país, onde as ideias de Paulo Freire não são reconhecidas. Ela percebe que no Brasil ainda há mais cuidado com a educação. A educação brasileira tem mais rumo e objetivo. Os conceitos deste pedagogo são mais aceitos e as pessoas ainda tratam o sistema educacional como uma ferramenta de transformação social disse em outras palavras “Elisa Nômade”.
A ex-professora conta que uma aluna do Onofre Pires pediu autorização para publicar um texto sobre ela no Facebook, citou também que observou os alunos turistas que compravam flechas e arcos interagindo com os índios guaranis. Fatos que chamaram a atenção da nômade pela convivência pacífica entre alunos, professores e comunidade. Ela disse que na Argentina o sistema educacional não tinha foco e a violência de pais e alunos estava prejudicando a convivência nas comunidades escolares.
Ela se diz artesã de brinquedos com material reciclados. No cartão que identifica a sua arte encontramos a seguinte citação: “brinquedos para “brincar por brincar” porque brincando se aprende, se cria, se sente e da significado ao mundo de experiências sensíveis. São brinquedos que proporcionam a dinâmica do jogo como um território para construção de infâncias sem barreiras, permite a inclusão de idades, de capacidades, de gêneros, de identidades e de afetos.
Duas cadelas acompanham a professora Nômade: Flaca e Mina, uma delas é surda e foi atropela na Rua Antunes Ribas.

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1 comentário

  1. pablo Responder

    muito bom a sua nota de Elisa. felicitaciones !!