Bem adaptada

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Em primeiro plano e no ponto áureo do retrato cotidiano uma Dendrobium Nobile, ao fundo a torre oeste da Catedral Angelopolitana. Esta espécie de orquídea é de origem portuguesa e recebe o nome vulgar de “Olho de Boneca”. Floresce no início da primavera e, neste ano, mais cedo porque o calor veio antes. Santo Ângelo tem centenas destas plantas nas árvores públicas.

 

O orquidófilo Ênio Barlett conta que na cidade de Maripá (PR) todas as árvores dos passeios públicos possuem pelo menos uma muda de Dendrobium Nobile. Ele explica que estas plantas se adaptaram muito bem ao clima brasileiro e vieram para cá nos cascos dos navios, é a única espécie de orquídea que se reproduz de um pequeno bulbo de outra planta, a exemplo do que acontece com as mandiocas, além disso, também é a única que floresce com menos de três anos de idade.

A planta retratada não mostra as cores neste espaço do jornal, mas é lilás, assim como a maioria das plantas do gênero existentes nos passeios públicos de Santo Ângelo. No entanto existem outras cores amarelas, rubras e com várias tonalidades. Nos ipês da Av. Brasil chama a atenção esta semana o florescimento desta espécie de orquídeas. As Dendrobium Nobile da Av. Brasil foram ali plantadas por Antônio Rousselet, colunista deste jornal e um dos moradores que guarda em seu coração grande carinho por Santo Ângelo e na memória boa parte da história do município.

A considerar o fácil desenvolvimento desta espécie no Sul do Brasil, logo imaginamos que ela seja nativa do lugar, mas não é verdade. A Dendrobium Nobile se adaptou em todo o território nacional e passou de família para família florescendo em varias cidades brasileiras.

A orquídea nativa do sul é a Cattleya Intermedia, muito comum no Banhado do Taim. No sul do Rio Grande do Sul a Cattleya Intermedia cresce principalmente na corticeira do banhado (Erithrina cristagalli), em banhados (pântanos cobertos de vegetação) ao longo da Lagoa dos Patos e até a reserva ecológica do Banhado do Taim, a pouco mais de 100 quilômetros da fronteira com o Uruguai. Ocorre também em figueiras, no chão arenoso, à beira da praia das lagoas, em rochas graníticas e em butiazeiros (Butia capitata).

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