Abandono de cães em debate na Capital das Missões

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No canil municipal existem mais de 171 cachorros, grande parte levado pelos próprios donos dos animais. O serviço é prestado pelo Rancho LM, localizado próximo ao trevo da Fenamilho e foi preparado conforme as exigências do Ministério Público. Os cães recebem atendimento veterinário, água e comida. No entanto, o número crescente de cachorros abandonados e o tipo de política pública adotada para amparar os animais é tema de um debate nas redes sociais, a Associação Santo-Angelense de Proteção aos Animais – Bicho Amigo (ASPA – Bicho Amigo) e simpatizantes das suas causas, destacam que os animais precisam de conforto, carinho e atendimento veterinário em clinicas especializadas.
Os cães em sua grande maioria são trazidos pela própria comunidade, a mesma que vai até o canil para adotar os bichos. Só no mês de setembro foram adotados 38 cachorros e castrados 25. Muitos chegam debilitados, doentes e necessitam de atendimento veterinário. O medico veterinário Júlio Terra Dias Junior, na manhã de quinta-feira, dia 02, realizava a castração de 3 animais e alerta a população para não levarem animais doentes para o canil, pois algumas doenças acabam sendo compartilhadas com os animais sadios.
O prestador do serviço, Sidnei Antunes Lissarassa, complementa explicando que atualmente as famílias adotam um cachorro e não tem persistência de cuidar ou, nem mesmo, estrutura familiar para manter um cachorro com todos os cuidados que ele requer. Fator que eleva o número de abandono e Sidinei afirma, “grande parte dos cães que aqui chegam são trazidos pelos próprios donos”. Ele faz uma alerta para as pessoas pensarem duas vezes antes da adoção.
Por determinação do ministério público o antigo canil municipal teve que ser extinto e a cerca de cinco anos e meio o Rancho LM se preparou para prestar o serviço de acolhimento de cães em Santo Ângelo. Segundo o proprietário do local e prestador do serviço para a prefeitura, Sidnei Antunes Lissarassa, os espaços reservados aos cães deve ter sol ao amanhecer, sombra à tarde, área aberta e conter 2,5m x 7m para abrigar até 10 animais por espaço (Box). Na opinião de Sidinei o maior problema são as pessoas que não querem mais os cães e acabam abandonando.
A ASPA Bicho Amigo uma ONG de Santo Ângelo defende uma política pública diferenciada para os cães com duas frentes de atuação. Uma delas instaurando uma política de conscientização pública e a outra organizacional do Canil Municipal.

Política de conscientização defendida pela ASPA
A presidente da ASPA – Bicho Amigo, Nadir Vier, acredita que o primeiro responsável pelos cães são os próprios donos, praticam maus tratos como o abandono no fundo dos pátios, sem condições corretas de conforto, carinho e amor. Além disso, existe uma superpopulação causada pela falta de castração, fator que incentiva o abandono dos cães que acabam sendo levados para o Canil Municipal.  “A Aspa já realiza esse trabalho, através de recursos provenientes de eventos realizados pela entidade e da parceria com clínicas veterinárias, no entanto, as verbas conquistadas não atendem à demanda existente”, explicou Nadir.
Para a ASPA, o ideal é que a esterilização seja viabilizada, não somente para os animais abandonados, como também para aqueles cujo dono não possui recurso financeiro para realizar o procedimento e pede a intervenção do poder público neste sentido.

Política organizacional do Camil Municipal
Em relação ao Canil Municipal a principal reivindicação da ONG é que os cães tenham um espaço organizado de modo que os cães que lá chegam possam passar por um período de quarentena, pois deste modo, os efeitos de contaminação de doenças como parvovirose, cinomose, são minimizadas. Além disso, a defensora dos animais explica cães grandes e pequenos devam habitar locais diferentes.
Outra questão criticada pela ONG é a falta de estrutura adequada para o pós operatório dos animais, Nadir acredita que este trabalho deva ser realizado em clínicas e não no local onde é atualmente o canil.
A luta contra os maus-tratos aos animais também teve destaque na sessão ordinária do Legislativo Municipal realizada no final do mês de setembro. Durante o espaço destinados às entidades, representantes da Associação Defensora dos Animais de Santo Ângelo – ADASA expuseram o trabalho que visam desenvolver.
A entidade foi criada no início deste mês e tem por objetivo defender, resgatar e recuperar animais em situação de risco, abandono e que sofram maus-tratos. “Somos uma associação sem fins-lucrativos que visa unicamente o bem-estar dos animais e uma convivência harmoniosa e saudável entre eles e a nossa sociedade”, frisou Taisa Dorneles, presidente da ADASA.

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