Uma representação de São Nicolau foi encontrada no ateliê do Colégio Marista em Santa Maria. Esta peça foi produzida com a ajuda dos indígenas pelo jesuíta José Brasanelli, escultor na Redução de São Borja de 1696 a 1706. O Papai Noel Missioneiro é de madeira maciça feita em cedro, pesa 22 quilos e mede 95 centímetros de altura e 38 de largura. É considerada uma peça rara e a maior representação de São Nicolau na região dos Sete Povos.
A identificação da obra foi possível pelo trabalho do pesquisador e Professor Édison Hüttner, coordenador do Projeto de Arte Sacra Jesuítico-Guarani e professor da Escola de Humanidades da PUCRS.
A peça é um dos destaques de uma exposição que está ocorrendo no térreo da Biblioteca Central Ir. José Otão da Pucrs em Porto Alegre neste mês. São Nicolau, o Papai Noel Missioneiro “no mapa da arte sacra nacional, é como se achássemos uma obra de Aleijadinho em Ouro Preto”, destaca o irmão Édison Hüttner, coordenador do Projeto de Arte Sacra Jesuítico-Guarani.
Origem do São Nicolau
A escultura provinda de Santa Maria é identificada como São Nicolau. O santo nasceu na Turquia (cidade de Patara) – Província de Lícia por volta de 270-275 d.C. Também conhecido como São Nicolau de Bari – pois segundo a lenda, seus ossos foram enterrados na cidade de Bari (Itália). Tornou-se bispo de Mira com 30 anos de idade. Morreu em 6 de dezembro de 343 d.C. – e enterrado na cidade de Mira. Em 1087 o corpo e Nicolau foi roubado por 62 marinheiros e levado para Bari. Em Bari foi erguido a Basílica di San Nicola.
“Os restos mortais de São Nicolau foram depositados em uma tumba provisória em 1089 e foi transferido para seu lugar definitivo no ano seguinte para um novo sepulcro inteiramente feito de mármore. Todos os anos em Bari no dia 6 de dezembro celebra-se o dia da morte do Santo e de 7 a 9 de maio acontece a festa de São Nicolau (Festa di San Nicola)” COSTA, Jorge. A História e Papai Noel, 2014.
SÃO NICOLAU É O PAPAI NOEL
“No século XII, surgiu o costume de representar São Nicolau dando doces às crianças, na vigília de sua festa, talvez numa transposição do milagre do bispo que, conforme a lenda, teria ressuscitado três meninos assassinados e salgados, ou do dote providenciado para as três jovens.
Mais tarde, esse costume se desenvolveu por influência dos místicos germânicos da natureza. E no séculos IX, no norte da Alemanha, o folclore pagão substituiu São Nicolau pelo “Homem Natal” (Weihnachtsmann), mudando seu nome para “Santa Klaus”, Sint Klaeg ou para o velho (…) o “Para Noël dos franceses”.
Nos países nórdicos europeus ou de origem nórdica, Sankt Nikolaus, Santa Klaus, é o bispo de barbas brancas, que traz presentes às crianças no dia 6 de dezembro. Aos poucos ele é travestido de Papa Noël e, mais tarde, comercialmente instrumentalizado para promoção da festa do Natal.” BECKHÄUSER, Alberto. Os Santos na Liturgia: testemunhas de Cristo. Petrópolis: Vozes, 2013.