Sábado- 16/07/2011

Tirei estas frases de uma e outra redação de vestibulando: “Indices mostram urgencia de as pessoas prestarem mais atenção as propagandas de consumo. Hoje é melhor as pessoas...

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Tirei estas frases de uma e outra redação de vestibulando: “Indices mostram urgencia de as pessoas prestarem mais atenção as propagandas de consumo. Hoje é melhor as pessoas comprarem a vista e não a prazo. Muitas familias não fazem orçamento familiar. Enchem-se de  prestações e sofrem para paga-las, quita-las.” Mesmo que algumas palavras não tenham acento gráfico nem acento de crase, entendi perfeitamente os sentidos dessas frases. Você também os entendeu? Com certeza os entendeu. Essas palavras e essas frases mostram que os acentos gráficos e os acentos de crase, salvo talvez individuais exceções pífias, podem ser abolidos da língua portuguesa. Uma vez abolidos, os professores de português não precisam se esgoelar para ensinar esses assuntos inúteis, e os alunos não precisam encher a cabeça com essas bobagens cheirando a mofo.
As correções ortográficas vigentes no mundo dito culto e oficial têm esta explicação: Deve ser acentuada a palavra “índices” por ser proparoxítona; as palavras “urgência” e “famílias” por serem paroxítonas terminadas em ditongo oral crescente; e pagá-las e quitá-las por serem oxítonas terminadas em a. E mais, na primeira frase a expressão “atenção as propagandas de consumo” deve ter acento de crase no as – atenção às propagandas de consumo.
Depois do que se viu e se vê nesses dois parágrafos, resta-me fazer esta pergunta hoje ainda polêmica: Há razões linguísticas e gramaticais objetivas para os professores e as professores de língua portuguesa nas escolas continuarem a encher a paciência dos alunos com essas bobagens de acentos gráficos e de acentos de crase?
Durante as correções de redações no último vestibular em Santo Ângelo, também copiei de uma redação, entre outras, estas duas frases: “Devido há falta de conhecimento jovens preferem comprar marca do que produto. Existe famílias que tinham menas dívidas há quatro anos atras. Não faz orcamento.” Com exceção da palavra “atras” sem acento, frases assim escritas são inaceitáveis no bom português. Revelam que o autor dessas frases tem pouca leitura e cultura mínima. Tais frases precisariam e precisam apresentar pelo menos este nível de linguagem hoje vigente e oficial: “Devido à falta de conhecimento, jovens preferem comprar marca a produto. Existem famílias que tinham menos dívidas há quatro anos. Ou: Existem famílias que tinham menos dívidas quatro anos atrás. Não fazem orçamento.” Escrevo este paragrafo sem acentuar nem crasear as palavras. As ultimas frases do paragrafo suso poderiam ser escritas neste nivel de linguagem culta, gramatical, correta e totalmente entendivel: “ Devido a falta de conhecimento, jovens preferem comprar marca a produto. Existem familias que tinham menos dividas ha quatro anos. Ou: Existem familias que tinham menos dividas quatro anos atras. Não fazem orçamento.”
Mesmo sem acentos graficos e o da crase, as frases passariam e passam com clareza e precisão os significados que elas tem. Haveria e ha comunicação entre o emissor e o receptor, ou seja, entre o autor e o leitor. Ou voce acha que não ha? Estranha a palavra suso, não? Pura verdade, estranha, muito estranha. Hoje e arcaica. Significava e significa acima. Mais detalhes, porem, na proxima miniaula.

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