Café Maerkly- Maerkly Hoteis
Conforme já relatei, as balsas do rio Uruguai niciavam seu trajeto no rio Uruguai em Erechim, após as cachoeiras, montadas com as madeiras extraídas das matas da margem, eram conduzidas por uma lancha que ia contornando o caminho, desviando ilhas e lugares baixos. Seguia seu caminho por água até Uruguaiana. Chegando lá, eram transbordadas para caminhões que as levavam para serem embarcadas em navios (não sei se havia outra baldeação para seguirem, via Bacia do Prata, para a Europa.
Lá, na Suíça alguns foram informados desses negócios e resolveu aventurar-se vindo morar aqui, conforme informação dos senhores, Sérgio Amadeu e Danilo Schneider.
Vieram, talvez, através da Argentina, Eduardo e esposa, Mirvam e esposa e Germano, solteirão, seu empregado. Compraram terras na Costa do Uruguai e instalaram uma serraria, fornecendo madeira beneficiada para os balseiros exportarem para a Europa pela Argentina.
Ele e seu irmão João Schmith , eletricista, eram sempre solicitados para efetuarem consertos nas usinas da cascata do Taquarinchim, na de Ijuí e outras da região.
Até que o intendente o convidou para vir de mudança para cá. Veio. Comprou seu terreno de um português na Avenida Brasil. Construiu um prédio térreo com um carramanchão. Iniciou trabalhando com consertos. Logo transformando em Café Maerkli, o qual, foi se expandindo, pois servia sorvetes, batidos à mão, chopp, cerveja.Também serviram lanches. Um bar (café) aconchegante, Whisky não se conhecia. Foi aumentando o seu movimento, tornando-se o ponto chique da cidade. Construiu um prédio de dois andares com hotel. Resolveu ampliar seus negócios. Desfez-se de seus negócios na Costa do Uruguai, ficando lá seu sócio, Mirmam. Aplicou seus recursos na construção do maior complexo hoteleiro do interior do Estado do Rio Grande do Sul.
Construiu, um hotel de três andares, no lugar do anterior com muitos quartos e suítes. Um amplo bar restaurante, com grandes janelões na frente, com muitas mesas e pista de dança, músicas ao vivo todos os fins de semana ao som do piano do maestro Walter e do violinista Tianey.
No pátio, que ia de quadra a quadra muito bem arborizado e com mesas. Construiu ali um shopping (carramanchão) com pista de dança.
No verão dançavam quase todos os finais de semana com música ao vivo. Na época do Carnaval havia bailes burlescos animados pelo Sr. Maerkly, fantasiado tipicamente de suíço.
Administrado inicialmente por ele, Frau Maerkly, e o gerente Germano. Posteriormente, vieram da Suíça sua sobrinha Mary, que mandou assumir a direção, tornando-se seus herdeiros legítimos. Mari e seu noivo Hanz encantavam, quando dançavam uma valsa os bailes.
Com a morte do casal e o retorno de Germano para a Alemanha, o casal Mary e Hauz aumentaou muito o hotel, construindo uma galeria com lojas, suítes e mais um andar. Construção executada pelo Engenheiro José Carlos Rousselet.
Esse complexo hoteleiro é administrado por um dos filhos do casal. È o maior e melhor hotel da cidade. O café Maerkly transformado em Maerkly Hotéis sobreviveu com muita galhardia e com suas inovações e nestes 76 anos de sua existência.