Quarta-feira 25/05/2011

Marcelino e o Grupo Debacco
O destacado empresário santo-angelense Marcelino Debacco nasceu na Colônia Santo Antônio, distrito de Ijuí/RS em 31 de dezembro de 1924, filho de Guerino e Itália Debacco, ambos falecidos, tiveram 11 filhos. Desde muito pequeno trabalhou na lavoura ao lado de seus pais e irmãos. Em 1940, veio para Santo Ângelo, como voluntario para o serviço militar obrigatório. Ao dar baixa, residiu em Cruzeiro, distrito de Santa Rosa, onde moravam seus pais e irmãos. Retornou a Santo Ângelo para viver e vencer. Contratou matrimônio com Ana Rempel, com quem teve dois filhos: Ernani Nei, que casou com Suzana Brandão e Neiva Maria, casada com Adroaldo Mousquer Loureiro. Teve cinco netos, Marcelo, Eduardo, Lorenzo, Roberto e Saulo, aos quais era muito apegado. Em 1946 iniciou atividade comercial, com um armazém de secos e molhados, situado na esquina da Marechal Floriano com a Borges de Medeiros, onde está o Hotel Debacco.
Logo construiu um prédio de dois pisos na outra esquina da Marechal Floriano, em frente à lateral do Hospital Militar, onde era o antigo Sandú. Ali, já se agregaram a ele no negócio seus irmãos Gervásio, Raul e Waldemar. Já então, ampliando seu comércio com o ramo de transporte. Pois, comprando caminhões, transportavam areia para as construções, que eram muitas, dos pretos de areia do rio Ijuí Grande, situados em Santa Tereza, Ilha Grande e Entre-Ijuís, também, do Ijuisinho e Inhacapetum. Trabalhavam quase dia e noite. Marcelino, nas folgas de seu negócio, também, pegava no volante para fazer transportes, inclusive de outras mercadorias e materiais de construção. Muito ativos e dinâmicos, logo ampliaram sua atividade de transporte em geral. Em 1958, com seus irmãos Gervasio, Raul, Valdemar e mais o Amantino, fundou a empresa Expresso Viaduto, que atuou no transporte de cargas em geral e torrefação de café, negociando, também outras mercadorias. Seus negócios se ampliaram muito, com filiais em Porto Alegre e São Paulo, tornando-se ele um grande incentivador do transporte rodoviário. Essa empresa foi transformada em Lojas Debacco.
Marcelino foi fundador, com seus irmãos, mais o senhor Celso Ritter, em 1964, da empresa Veículos Debacco S.A. Concessionária Mercedes Benz para Santo Ângelo e região esta empresa se transformou na propulsora das demais empresas do Grupo Debacco, das quais ele foi fundador: Retificadora Debacco S.A, Hotel Debacco S.A, Industria de Carroceria Debacco Ltda, Irmãos Debacco Ltda, na cidade de São Borja/RS, Veículos Debacco Santo Ângelo Ltda, concessionária GM para Santo Ângelo e região. Posto Ipiranga na Venâncio Aires. Em 1983, participou da formação da Industria Gráfica Jornal das Missões, com seu genro Adroaldo Mousquer Loureiro. Era um grupo de 19 pessoas. Um império sob a direção de Marcelino Debacco e administração de seus irmãos Gervasio e Raul, homens extremamente dinâmicos. Marcelino parecia ser um gênio, que começou como bolicheiro e caminhoneiro, mas construiu esse grande império e o administrou com grande maestria. E que apesar disso,  fazia sobrar tempo para jogar uma canastra e tomar um aperitivo no Clube 28 de Maio (Bar do Naná) com os amigos. Incentivava o esporte, sendo presidente do Tamoio na década de 1950. Empresário, empreendedor, teve destacada participação na organização de empresas, como o Frigorifico Santo Ângelo, Radio Santo Ângelo e Indamil. Além de sócio, avalizava parte das transações da Industria de Adubos e Óleos Missioneira Ltda, no tempo em que nós éramos um de seus diretores e que essa industria deslanchou e ia de vento em popa. Fazia preço especial e prazo no pagamento do transporte de matérias primas empregadas na fabricação de adubos.
Mas como tudo na vida, tudo tem seu fim. Como me disse Avarino Debacco, mebro do grupo, em 1973 iniciou a decaída de Santo Ângelo, coma saída de diversas unidades unidades do exército e fechamento do CESEC. Outras causas surgiram. Faleceu prematuramente Gervasio, num acidente de carro. Logo também morreu Raul, em conseqüência de um acidente. Marcelino, um dos mais bem sucedidos, dinâmico, clarividente e capaz empresário de Santo Ângelo, veio precocemente a falecer, vitima também de um acidente de carro, batendo de frente com um caminhão, próximo ao restaurante redondo de Entre-Ijuis. Com o desaparecimento dos membros proeminentes do grupo, as empresas foram gradativamente sucedendo e passando para outras mãos. Veículos Debacco esteve por algum tempo na direção de sua filha Neiva, sendo transferida para o Grupo Veísa. Destas empresas resta a Retificadora, dirigida por Dezordi e Debacco Auto Peças, administrada por Alvarino Debacco. Não foi somente o grupo Debacco, mas a partir daquela fatídica data, 1973, a maioria das empresas e casas de comércio genuinamente santo-angelenses e tradicionais, também foram fechando, e se sucedendo. Fecharam como, por exemplo, a Mecânica Ritter, Rogowski, Curtume Basso, Indamil, Souza Cruz, e tantas outras do comércio e da industria. Restando Frigorifico, Fundimisa e Cotrisa, e varias outras novas que foram surgindo. Mas como disse Alvarino, temos esperança de que outras tantas empresas novas surgirão. Acreditamos que nossa amiga Neiva Debacco, que a meu ver, soube transferir as qualidades genéticas de seu pai Marcelino, para seu filho Eduardo, para ele se tornar um de nossos melhores e bem preparados administradores do município. Destacando-se no incentivo ao desenvolvimento da área de comércio e industrias, como instalação de fábrica de tintas, de bicicletas, ampliação da Fundimisa, Distribuidora de Refrigerantes, Maxxi Atacado, Vippi Atacado e outros. Na educação e cultura: Feira do Livro e Canto Missioneiro. Para aquisição de casas próprias para pessoas de pouca renda, os apartamentos populares. Além de administração do dia a dia, consertos e construção de novas estradas, reparos novos e asfaltos nas ruas.