Quarta-feira 06/04/2011

Siegfried Ritter
Um estadista municipal. Um dos maiores autodidatas que conheci. Não sei de onde adquiriu o amplo acervo de conhecimentos, nos mais diversos campos, como por exemplo, contabilidade, legislação fiscal e federal, leis trabalhistas e econômicas, etc. Escrevia e falava muito bem o português e o alemão. Político nato, tinha caráter firme e inabalável. Católico fervoroso, um cooperativista convicto.
Foi um dos líderes políticos libertadores de nossa cidade. Formou-se contabilista muitos anos depois, somente que saiu de Santo Cristo ainda solteiro para trabalhar na Casa Ramires. Voltou para Santo Cristo, foi professor e trabalhou no cartório. Casou-se e foi contador  da firma Vier. Bom analista de sistemas, organizador de várias firmas. O engenheiro José Carlos Medaglia foi buscá-lo lá em Santo Cristo para assumir a contadoria da Construtora Medaglia.
Assumiu a direção da Caixa Rural, montando no segundo piso um escritório de contabilidade, onde trabalhamos e muito aprendemos com ele, fazendo a contabilidade da firma Rousselet e Cia Ltda, de construções. Conhecemo-lo, sendo que estabelecemos vínculos de amizade, gerando visitas em nossa casa junto a Rua Florêncio de Abreu. Em 1956 criou o Jardim dos Pobres, vila criada e construída com as sobras da Caixa Rural, para dar moradia para papeleiros que moravam em casebres nos arredores da cidade.
Eram em torno de 50 casas. Instalou uma fabrica de corrente. Posteriormente, junto com Mario Turkiewski e seu irmão construiu a lendária Mecânica Ritter.
Firma por quotas, de subscrição popular. Fizeram fusão com a firma Rogowski, depois desfeita, para a fabricação de semeadeiras e plantadeiras sem rival. Ajudou a criar a Indústria de Adubos e Óleos Missioneiras Ltda, sob a direção de meu irmão José Carlos Rousselet, participando 88 pequenos sócios. Falaremos separadamente sobre esta indústria.
Em 1963, se elegeu prefeito nesta cidade, pela legenda do Partido Libertador, tendo saído eleito para vice-prefeito José Calixto de Medeiros, da oposição. Seu mandado foi prorrogado por dois anos até 1969.
Durante seu mandato, além de pôr ordem nas finanças e contabilidade da prefeitura, construiu as pontes sobre os rios Piratini e Inhacapetum, criou o brasão municipal em 7 de abril de 1965. Construiu o monumento a Sepé Tiaraju, com sua estatua esculpida por um colono.
Siegfried participou da escola de Ensino Superior. Participou ativamente da primeira Fenamilho, onde hoje é a URI. Foi um dos principais colaboradores para a construção do prédio sede da Acisa, para onde transferiu seu escritório de contabilidade. Em 1972, ajudou a criar a Fundimisa, em um terreno doado pelo Dr. Garibaldi Carrera Machado, onde esteve inicialmente na direção. Em 1973, se reelegeu prefeito.
Em 1974, se candidatou a deputado federal, não obtendo êxito, devido às falhas das lideranças da região. Faleceu aos 72 anos na década de 1980. Mas poderia escrever muito mais sobre tão marcante personalidade municipal, de um passado recente, que viveu 150 de feitos em apenas 72 de vida. Deixou seu nome merecidamente gravado no Parque Municipal Siegfried Ritter.