Quarta-feira 04/05/2011

Luiz Carlos Prestes- Parte IIAssis Brandão: Contou-me pessoalmente esse cidadão, que era pobre, sempre perseguido pelo Coronel Bráulio, se socorria às vezes de meu avô, delegado de Polícia....

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Luiz Carlos Prestes- Parte II
Assis Brandão: Contou-me pessoalmente esse cidadão, que era pobre, sempre perseguido pelo Coronel Bráulio, se socorria às vezes de meu avô, delegado de Polícia. Ele tinha um carro de praça puxado por dois cavalos.
O sr. Luiz Carlos Prestes atacou-o na Farmácia Licht para fazer uma corrida, indo até outro lado da praça, parando e batendo na casa do Coronel Bráulio, avisou-lhes: -Vocês mataram e jogaram no Itaquarinchim um rapaz que ficou boiando. Se repetisse, ele voltaria e falaria com ele. Deu a volta na praça subindo no carro. Desceu no mesmo lugar, atravessando a praça. Ele acredita que foi um aviso, pois Bráulio não mais os perseguiu.
Negro Pedro- era como o chamavam- peão de nosso compadre Janguta Aires da Silva, de Ijuí/RS, contava  nas rodas de galpão da fazenda Boqueirão em “Serra Cadeado” hoje Drº. Pestana, que  ambos ele e o patrão, acompanharam o Capitão Luiz Carlos Prestes até a Bolívia que, na boca da noite, quando foram acampar, num mato, largou os arreios em cima de uma àrvore caída, ja cortada. Esta começou a andar com os arreios. Chamaram o Prestes, constatou ser uma jibóia espichada, a qual foi sacrificada.
Ao gado e mantimentos que requisitavam para  a manutenção da tropa era fornecido recibo em nome da Revolução. Não era permitido o roubo. As famílias deveriam ser respeitadas. Transgressões às leis eram proibidas até com pena de morte e expulsão da Coluna. Foi o que aconteceu ao Capitão Felinto Müller, expulso da Coluna.
Informação via Escola Superior de Guerra, meu compadre e primo Coronel Ney Pinto de Alencar, quando cursava nessa Escola Superior do Exército, leu que a defesa de Stalingrado, a principal batalha da II Guerra Mundial, foi organizada e planejada por Luiz Carlos Prestes, criador da guerra de guerrilha. Essa foi à batalha decisiva da IIª Guerra Mundial, onde pereceram milhões de pessoas.
O exército nunca deixou publicar esse fato, porque era doutrinariamente anticomunista. Nestor Veríssimo, um cidadão de Tupanciretã, fez amizades com minha tia Corrunha Genro, primeiro em Tupã, depois no Rio de Janeiro, onde ela morou quase toda a vida. Contaria ela, que esse cidadão que acompanhou a Coluna Prestes até a Bolívia- Homem destemido com muitas cicatrizes de ferimentos, foi convidado por Getúlio Vargas para chefiar a prisão da Ilha Grande, bastante longe do Rio de Janeiro.
Prisão de presos politicos, adversários de Getúlio Vargas e de seu regime, tais como Flores da Cunha, politicos proeminentes, integralistas, comunistas e democratas.
Condicinou-se que Getúlio não mandasse para lá Luiz Carlos Prestes, porque se tentasse fugir ele não impediria. Por isso Prestes ficou preso nas masmorras da ditadura no Rio de Janeiro. Nestor Veríssimo ficou lá de 1942 à 1944, quando de sua morte e fez belíssima administração.
Os presos não ficavam fechados e podiam trabalhar. Isso era uma prova de dedicação de seus ex-combatentes da Coluna ao seu comandante. Como é sabido, ele permaneceu na Bolívia até poder mandar de volta seu último soldado.
Ele contratava a construção de uma estrada de ferro na Bolívia afim de obter recursos para manutenção de seus soldados e poder manda-los de volta para sua terra. Isto é um resumo do pouco que sei de tão importante personagem do Brasil em nossa região.

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