Arthur Arão – Trabalhador rural.
Bandoleiro e vingador.
O diabo, entretanto, parecia estar no corpo de Arthur Arão. Ao descobrir que um elemento dos quais, dos que ele procurava vingança, morava a umas três léguas de Santo Ângelo Tratava-se do sargento que lhe dera o tiro de misericórdia no ouvido, quando de seu fuzilamento, que será tratado em artigo posterior. Voltou a vontade de vingança. Destacado para o serviço de cabo da guarda, fugindo pelos fundos do quartel, levou consigo armas e munições – 900 balas, 6 fuzis , revólveres, saindo pelos fundos do quartel. No quartel tornou-se um desertor voltando ao mundo do crime, com desejo de vingança, logo formando um grupo, que assustava qualquer grupo de pé de porco, que o perseguia. Cometendo vários roubos e assassinato, sobrevivendo da venda de cavalos e revólveres roubados.
Aparecia pacatamente vendendo cavalos e revólveres aos colonos. Ele e seu bando espalharam o terror pela zona de Ijuí, Santo Ângelo e Santa Rosa. Do resultado desses roubos vendidos, tirava o seu sustento.
Em 1932 Arthur Arão resolveu mudar de vida completamente. No sertão do Rio Uruguai , como simples colono, com o nome de Valério Gomes, construiu um pequeno rancho e foi morar em companha de uma moça doméstica e foi morar de nome Dejanira.Com alegria construíram um rancho de nome Rancho Perdido e nele foram morar como um casal apaixonado. Fizeram um roçado e criação de galinha. Os vizinhos mais próximos eram polacos.
Numa tarde de verão, quando fazia um roçado perto da casa há uns 250 metros para trabalhar na roça. Foi sobressaltado por tiros de fuzis. Antes de avistar o rancho ouviu gritos e um tropel de cavalos de uns 15 pés de porco, que atearam fogo na casa e nunca mais viu sua Dejanira.Tudo se transformou em desespero. Teve de recomeçar a vida de bandoleiro. Sem olhar para trás saiu em busca de um cavalo, que representava a metade da vida de um salteador, como ganha pão. Teve notícias de que o Paraguai estava em guerra com a Bolívia na região do Chaco. Passou pela sua cabeça roubar armas dos paraguaios e vender para eles mesmos. Contou a ideia para seus amigos e levou-a em frente.
No começo de 1933 com seu amigo Cobra. Deixaram o Rio Grande e seguiram para Ponta Porã no Mato Grosso. De lá passaram para o Paraguai, onde se alistaram como voluntários mercenários nas Forças Paraguaias na Guerra do Chaco contra Bolívia. Por exigência sua foi nomeado no posto de Capitão. Foi a maior aventura de Arthur Arão. Aceitaram suas condições, pois, participara de duas revoluções no Brasil.
De Juan Caballero seguiram para Concepcion, onde havia argentinos, brasileiros, polacos, alemães, franceses e russos. De lá para Assunção continuaram a viajem por água, até a frente de combate, após viajarem de trem, vapor e caminhão.
Seu companheiro Porco Espinho disse e não acreditar porque esses animais lutem por uma terra que é um pedaço do inferno. Ao que Arão respondeu: O que é bom está no fundo. Dizem que no fundo há petróleo. É a visão do futuro.
No primeiro combate e com gritos de “Viva o Paraguai” a companhia de Pedro Arão fez o inimigo recuar. Aos gritos de Avante camaradas as forças paraguaias iam tomando as posições bolivianas. A companhia de Pedro Arão se apossou de um canhão boliviano, tendo aplicado as técnicas aprendidas no quarto grupo de Artilharia em Santo Ângelo.
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