A colheita do milho iniciou na região das Missões. Produtores que pretendem plantar soja safrinha na área onde desenvolviam a cultura do milho, já estão colhendo. As máquinas estão na lavoura, mas os técnicos monitoram a umidade ideal do grão. José Renato Muller é especialista na área e afirma que a colheita pode ser iniciada quando a umidade é menor que 25%, no entanto acrescenta que a umidade ideal para armazenagem e expedição do grão é quando ele atinge o coeficiente de 14%, este coeficiente pode ser alcançado com um sistema de secagem.
Cada produtor escolhe o momento mais adequado para iniciar a colheita, conforme a disponibilidade de maquinário e as condições climáticas, até mesmo o preço de mercado do grão colhido interfere na decisão. Nesta fase da colheita os produtores preferem não divulgar a média de produtividade, no entanto, a reportagem conferiu a colheita de milho em três lavouras de Santo Ângelo. Uma delas é irrigada e outras duas sequeira. Em todas as propriedades a produtividade é considerada muito boa. Um curto período de estiagem quando a planta desenvolvia a floração influenciou na produtividade das lavouras sequeiras, mesmo assim a planta obteve umidade suficiente para desenvolver uma boa espiga e atingir produtividade entre 120 e 145 sacas por hectare.
Na lavoura irrigada a umidade não foi problema e está sendo apuranda uma quantidade superior a safras anteriores, em uma das lavouras visitada pela redação, produziu-se, seguramente o dobro, ou seja, produtividade historicamente acima da média, atingindo mais de 280 sacas por hectare.
Luis Carlos Drabik acompanhava a colheita em uma das lavouras e explica que naquele momento usava-se uma colheitadeira de 15 linhas. O mesmo que dizer que a máquina colhe 15 fileiras de milho em cada passada da máquina (cada fila está 45 cm distantes uma da outra). Luis Carlos estava no local, justamente para realizar regulagens na máquina em virtude da alta produtividade e a umidade ligeiramente acima, porque nesta propriedade há necessidade de acelerar a colheita para plantar o soja. Portanto necessitou-se uma precisão maior do equipamento para não ocorrer desperdício de grãos. Por outro lado este produtor possui secador e silo para armazenagem do grão, não acarretando em perdas pela umidade.
Armazenamento e secagem
Depois de colhido o grão do milho é separado de impurezas por meio de uma pré-limpeza, passa por um secador e por último é armazenado para que possa ser expedido, seja para a importação, ou para a indústria de transformação. O Milho colhido antecipadamente permite um preço mais alto para o produtor, tendo em vista, a lei de oferta e procura, quanto mais grão disponível no mercado menor será o preço ofertado. O produtor que antecipa a colheita e apura um grão na umidade e integridade ideal, terá vantagens na comercialização em relação aos demais produtores que devem vender o produto quando a oferta é maior.
Saiba mais
O milho chega da lavoura no caminhão ou graneleiro e descarrega o grão na moega, em seguida, por um sistema automatizado ele se eleva até um local onde é classificado realizando uma pré-limpeza. Depois disso passa pelo secador um local onde ele passeia por câmaras aquecidas a lenha até atingir a umidade ideal para estocagem que é de 14%. Somente depois deste processo ele está pronto para ser estocado nos armazéns ou expedido para a indústria ou exportação.
