URI reúne sete países em Seminário de Direito

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O curso de Mestrado em Direito da URI é o promotor do Seminário Internacional de Multiculturalismo, Direitos Humanos e Cidadania que iniciou na tarde de ontem e se estende até quarta-feira, 28, no auditório do prédio 5.
Em sua abertura, o diretor Administrativo do câmpus, Gilberto Pacheco, convocou os acadêmicos e professores do Mestrado a serem protagonsitas da grande mudança que o Brasil precisa. “Estamos muito mal no ranking internacional da educação. Temos cerca de 15% dos jovens de 18 a 24 anos no ensino superior, contra cerca de 70% em países mais adiantados. Enquanto aqui na região, vendemos um saco de soja por R$ 60,00, nestes outros países vende-se um chip por milhões de reais. Precisamos evoluir muito, pensar e produzir ideais e inovações.”
Pacheco observou ainda a importância dos eventos, da produção e dos intercâmbios do Mestrado, “que ao obter nota 4 na avaliação institucional, agora está apto a pleitear a implantação do doutorado.”
O Seminário conta com palestrantes oriundos do Chile, Argentina, PUC/RS, UFSM, Unisinos e Unijuí.
A primeira palestra foi ministrada por Eduardo Devés-Valdés, da Universidad de Santiago do Chile . Com formação em História e Filosofia, Valdés observou que desde o século 19 há pensadores no continente, expressando suas ideais sobre democracia, cidadania e cultura. “Hoje, há dois grupos de pensadores. O caracterizado como de linha centralitária acredita que as soluções para a América Latina venham do “centro”, ou seja, a Europa ou os Estados Unidos, enquanto que os da linha “identitária” acreditam que nosso futuro deve ser construído a partir da nossa realidade.”
Na sequência, os participantes ouviram Marcela Valdata, da Universidade Nacional de Rosário, na Argentina e à noite, Gustavo Pereira, da PUC/RS abordou “Direitos Humanos e estrangereidade: rediscutindo a cidadania no contexto migratório internacional. Participa Taysa Schiocchet, da Unisinos (PROCAD).

 

PROGRAMAÇÃO

Dia 28 – Manhã: Diálogos com egressos do Mestrado
Tarde: Marcela Valdata e Graciela Rodriguez, ambas da Universidade Nacional de Rosário (Argentina).
Ontem palestraram: Eduardo Devés-Valdés, da Universidade de Santiago de Chile e Doglas Cesar Lucas – UNIJUI, com o tema “Direitos humanos e a proteção das identidades no Brasil contemporâneo” – Graciela Rodriguez, da Universidade Nacional de Rosário (Argentina) e Eduardo Tergolina – DPU/Unisinos.

 

DEBATE INFORMAL

Antes de iniciar o Seminário, em conversa informal com colegas brasileiros e a Assessoria de Comunicação da URI, as professoras-pesquisadoras  argentinas Marcela Valdata e Graciela Rodriguez destacaram a importância de eventos desta natureza, “pois precisamos nos reunir para pensar o que temos em comum, precisamos gerar questões acadêmicas que suscitem o debate. Apesar das particularidades de cada país, nossos problemas são comuns.”
Valdata e Rodriguez consideram que a questão dos direitos humanos avançou bastante na Argentina. “Em todo o país, estamos vivendo um segundo julgamento. O primeiro foi com os comandantes, os grandes, os generais. Quando acabou, muitos não puderam cumprir pena por doenças, idade avançada e outras questões. Agora, estão em julgamento os militares menos hierárquicos e os paramilitares. Alguns continuam no poder, outros estão sendo punidos e outros ainda, recebem punição por enriquecimento ilícito e não por suas ações na ditadura.”
Elas revelam que hoje, fruto de incansável trabalho de avós e mães, existem 102 pessoas identificadas como adotadas na infância por militares. “Agora, eles já sabem que seus pais biológicos foram mortos ou desapareceram.”

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