Mulheres que deixaram a feminilidade um pouco de lado

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Elas não têm receio de pegar no pesado. As mulheres deixaram a feminilidade um pouco de lado, vestiram os uniformes e transformaram-se em verdadeiras batalhadoras da vida. A escolha é cada vez mais frequente entre as mulheres que buscam conquistar uma vaga no mercado de trabalho.

Ao longo da história, as mulheres buscaram a sua identidade, a liberdade social e a independência financeira. E neste quesito, hoje em dia, é normal encontrarmos pessoas do sexo feminino realizando serviços que, até então ditos pela sociedade, de forma preconceituosa, serem “trabalhos de homem”.
Em Santo Ângelo, a jovem Laura Ethiele Müller de Albuquerque, 23 anos, solteira, filha de Cleomar Almeida de Albuquerque e Alice Clair Müller de Albuquerque, é um verdadeiro exemplo de bravura e luta diária de vida. Logo cedo, em plena adolescência, quando a maioria dos jovens começa a se interessar por namoro, festas, idas ao cinema e clubes da cidade, Laura decidiu que gostaria de trabalhar, nem que fosse ajudando o próprio pai, só assim, segundo ela, teria a sua real liberdade. “Nunca fiquei parada, comecei a trabalhar porque eu gostava e, ao mesmo tempo, estava ajudando o meu pai. Assim, se eu precisasse de dinheiro, eu tinha o meu próprio, conquistado com o meu esforço. Já a maioria dos adolescentes não pensa assim, não são capazes nem de varrer o pátio para ajudar o pai e a mãe”, conta.
Ex-aluna dos colégios CIEP, Abílio Lautert, Margarida Pardelhas, Liberato Vieira Salzano e Onofre Pires, Laura Ethiele começou a trabalhar com seu pai na “Borracharia Beira-Rio”, pegando no pesado e aprendendo, diariamente, que o verdadeiro sentido da vida é trabalhar com humildade, com amor ao que se faz e jamais tendo vergonha daquilo que o dignifica. “Eu tinha 14 anos quando comecei a consertar pneus. Comecei aprendendo a arrumar pneus de bicicleta, logo já eram de motos, carros e caminhões. Não acho que seja um serviço pesado, pois acredito que é tudo uma questão de prática e precisão. Você tem que saber é lidar com as ferramentas, e não é necessário ter força pra isso e sim habilidade”, resume.
Assim o tempo foi passando, e de domingo a domingo Laura foi aprendendo e trabalhando cada vez mais nos serviços de borracharia, por opção quis estender o serviço nos três turnos. Nestes 9 anos realizando serviços na borracharia, ela chegou a trabalhar como vendedora em uma loja santo-angelense, fez lanches na chapa em uma lancheria, foi promoter de festas e até organizou excursões. “Eu e meu pai começamos a revezar o horário de trabalho. Hoje a borracharia está em meu nome. Hoje a lancheria que eu trabalhei fazendo lanches pertence a mim, e teve uma época de minha vida que eu soube dividir o trabalho na borracharia, os serviços na lancheria e ainda frequentava a faculdade”, conta Laura, que hoje é graduada em História pela URI, campus de Santo Ângelo.
O dia a dia na borracharia nunca foi fácil, mas para Laura que ama o que faz sempre foi um aprendizado de vida e algo que lhe deixasse sempre em total harmonia e felicidade. No início, os clientes estranhavam quando uma jovem adolescente relatava que seria ela a responsável pela troca do pneu. “Os homens, mais preconceituosos, e as mulheres sempre ficavam na dúvida se o serviço seria realmente eficaz. Para não perder o cliente, logicamente que eu levava tudo na esportiva e só ria da situação. Ainda dizia a eles: esperem e conferem o resultado depois de pronto! Assim fui conquistando muitos clientes, porque Deus nos ensina que devemos amar tudo aquilo que fazemos”, salienta.
Mesmo assim, Laura Ethiele salienta que não é fácil encontrar profissionais em sua área nos dias de hoje. “O salário de borracheiro chega a pagar dois salários mínimos mensais, mesmo assim é difícil de achar pessoas com capacitação técnica para o serviço e, mais difícil ainda, encontrar quem gostaria de aprender esta função. Assim, mesmo sendo um serviço um tanto puxado, devido ao fato de ser diário, sem levarmos em conta os plantões e os serviços de prestação de socorro e emergência, eu amo muito o que faço. Foi assim que aprendi desde cedo a batalhar pelos meus sonhos, eis que consegui cursar uma faculdade, comprar um estabelecimento comercial e ainda administrar outro, que é a borracharia”, conta Laura.
Para quem deseja obter os serviços de borracharia da profissional Laura Ethiele, a Borracharia Beira-Rio está localizada na Rua Antônio Manoel, 1615 (ao lado da ponte do Arroio Itaquarinchim que faz divisa com o início da Avenida Sagrada Família), e atende pelo telefone (55) 8435-2474, inclusive com prestação de socorro e serviços de emergência para carros e motos. “Buscamos o seu veículo com problema na rua e até na garagem”, diz.

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