Pesquisadora Ayane Rodrigues confere os blocos que compõe um experimento de análise ambiental construído no campus da URI. Será coberto com telhas e irá recolher água da chuva para análise
Areia utilizada em moldes na indústria de ferro fundido poderá baixar o custo de fabricação de artefatos de cimento. A conclusão foi gerada a partir de uma pesquisa realizada pela URI – Universidade Regional Integrada em parceria com a Fundimisa. Estuda-se implantar no município de Santo Ângelo uma indústria para utilização deste material com mão de obra de detentos. Caso o projeto seja alavancado será possível reduzir a quantidade de areia de fundição nos depósitos da indústria, gerar economia na execução de obras públicas e reduzir a pena dos detentos.
A pesquisa foi realizada pelos departamentos de Engenharia e Ciência da Computação, de Ciências Exatas e da Terra da URI, coordenadas pelos professores, Dr. Antônio Vanderlei dos Santos e Mauro Cesar Marchetti e executada pela Engenheira Ayane Rodrigues, na época de realização da pesquisa, bolsista e acadêmica de engenharia.
Foram analisados cientificamente mais de 6250 tijolos e num segundo projeto, também foram analisadas, telhas, ambos produzidos com proporções diferentes de areia, brita, cimento para descobrir o percentual ideal que permitisse o uso dos blocos e das telhas na construção civil, atendendo as normas da ABNT.
O professor Dr. Antônio Vanderlei dos Santos afirmou que “os estudos sobre a resistência do produto e todos os testes já estão concluídos, precisamos articular o licenciamento ambiental para a produção em escala industrial”. A ideia foi discutida na manhã da última quarta-feira, dia 15, em uma reunião onde estavam os secretários de Obras e Serviços Urbanos, Diórlan Zanetti e Francisco da Silva Medeiros, do Meio Ambiente, atendendo à indicação do prefeito Jacques Barbosa, iniciaram as conversações com o diretor Geral do Campus da URI, Gilberto Pacheco e com os engenheiros responsáveis pelos departamentos envolvidos no projeto tecnológico, quando ficou definido a análise da situação para a licença prévia ambiental e, posteriormente, a formalização da parceria e o início da produção dos materiais.
O projeto de instalação da indústria de artefatos de cimento em larga escala aguarda a licença que tramita junto à Fundação Estadual de Proteção Ambiental (FEPAM) e na Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Santo Ângelo. Caso seja liberada a fabricação e seja viabilizada a verba para instalar a indústria, a administração municipal deve apresentar proposta de parceria à Superintendência de Serviços Penitenciários (Susepe) para a instalação e fabricação de tubos em anexo ao Presídio Regional de Santo Ângelo, utilizando a mão de obra dos detentos e a consequente redução de pena, conforme prevê a legislação.
O gestor Científico do Parque Tecnológico, professor doutor Antônio Vanderlei dos Santos e o chefe do Departamento de Engenharia e Ciência da Computação professor mestre Mauro Marchetti, calculam que a utilização de resíduos industriais para a confecção de artefatos de cimento, reduza significativamente o custo de produção.
De acordo com o secretário de Obras e Serviços Urbanos, a parceria vai reduzir drasticamente os custos para o município na fabricação de blocos de concreto, meios-fios, tubos, “pavers” (peças pré-moldadas de concreto destinadas à pavimentação intertravada, amplamente utilizada nos países de primeiro mundo, principalmente em praças, passeios, ruas, avenidas, estacionamentos, etc.), e no mobiliário urbano. Diórlan aventou o uso do “pavers” na construção das ciclovias, projeto da atual administração e que ganha ainda mais força com a possibilidade de fabricação em Santo Ângelo com baixo custo.
O projeto
Santos, que também é o responsável técnico pelo projeto, explica que estudos apontaram a consistência de resíduos industriais de fundição em substituição a areia natural (de rio), sendo agente capaz de preservação ambiental e de redução de custos no setor da construção civil, pela utilização de material que seria descartado pela indústria. O professor doutor argumenta ainda, que os resíduos representam alto custo de descarte pela indústria, que precisa usar de transporte adequado para acondicionamento e destinação final em municípios próximos à Região Metropolitana de Porto Alegre.
O chefe do Departamento de Engenharia da URI, ressaltou o baixo custo para a fabricação do material, que é de extrema importância para atender a demanda social. “Temos fartura destes resíduos industriais na região, o que poderá alavancar a confecção de artefatos de cimento e concreto para uso em obras públicas”, afirmou Marchetti.
cesar
Por gentileva alguém sabe como consigo o contato Engenheira Ayane Rodrigues