O cara da música eletrônica se destacando em todo o Brasil

1190 0

Idealizador de alguns dos mais importantes projetos do cenário eletrônico gaúcho desde 2005, Dante sempre foi figura ativa no desenvolvimento da música eletrônica no Sul do País. O DJ foi responsável por baladas como Special Techno!, House Delight, Delight Summer Clubbing, Joy!, Fashion Sessions, entre outras, que passaram pelos mais importantes clubs do Rio Grande do Sul, do lendário Neo Club (em 2005) aos badalados Chairs Resto Lounge e Meat Club (2010/2011). Seus  projetos percorreram todo o estado do Rio Grande do Sul, levando ao litoral e ao interior alguns dos maiores nomes da música eletrônica nacional e internacional. Dante também trabalhou com marcas de renome internacional como Calvin Klein Jeans, Miss Sixty e Energie, nos eventos Fashion Sessions. Como produtor, já teve faixas lançadas por labels como  Helios (ITA)  e NüLogic Records (USA), selo do qual passou a fazer parte do casting oficial em meados de 2007. Algumas dessas faixas alcançaram o Weekly Bestsellers de sites como Juno, Dance Tracks Digital e Beatport, além de ter sido executadas por DJs como John Acquaviva, James Zabiella e Christian Fischer. Em entrevista ao Jornal e Revista O Mensageiro, Dante relembra os primeiros passos de seu trabalho, desde a época em que foi aluno do Colégio Marista Santo Ângelo e do Colégio Sepé Tiaraju.
1) Quando surgiu o ideal em trabalhar com a música eletrônica?
Desde que comecei a pensar sobre o que fazer na vida, eu tinha essa intenção.  Foi quando me mudei para Porto Alegre em 2002 que as coisas começaram a acontecer. Aprendi a discotecar e comecei a produzir minhas próprias baladas, foi aí que tudo começou.
2) De onde veio esta inspiração?
É difícil saber ao certo de onde veio essa inspiração. Desde muito pequeno, a música eletrônica me chamava muito a atenção. Lembro como se fosse ontem, eu tinha 5 anos de idade e ficava os dias com minhas fitas cassetes prontas para gravar as músicas do Technotronic que volta e meia tocavam na Novos Horizontes FM. Acho que muito se deve ao ambiente familiar, minha mãe é artista plástica, desde que nasci eu vivo em um ambiente cercado por diversos tipos de expressões artísticas.
3) Recorda do seu primeiro trabalho como DJ? Onde foi? Quando?
Informalmente, foi com 12 anos, em uma festa na casa de um colega de aula. Costumava levar o computador e as caixas de som da minha casa, na época ter um grande acervo de músicas no computador era muito mais difícil. Profissionalmente, foi em 2003, no extinto Club Neo, em Porto Alegre.
4) Como é o seu dia a dia, hoje como DJ? A carga horária de trabalho e os locais (cidades) onde você já trabalhou?
Hoje estou morando em Curitiba. Além de discotecar e produzir músicas, leciono no Centro Europeu / AIMEC (www.centroeuropeu.com.br /www.aimec.com.br). Estou dando aulas para os cursos de DJ, DJ com Software, Produção Musical e Produção Musical Avançada. Quando não estou dando ou preparando aulas, estou pesquisando músicas ou produzindo minhas faixas. Trabalho entre 12 e 15 horas por dia, mas tudo fica muito fácil quando o seu trabalho é o que você mais gosta de fazer na vida. Já toquei por quase todo o Rio Grande do Sul, além de ter discotecado em Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Argentina, Uruguai, enfim, a lista é extensa. Agradeço muito por ter uma profissão que me possibilita estar sempre conhecendo novos lugares e pessoas.
5) Sua formação? O que escutavas (música) antes de ser DJ? São as mesmas preferências hoje?
Felizmente meus pais sempre ouviram músicas de qualidade. Me criei ouvindo os discos de música clássica, jazz, rock e blues do meu pai. Ouvi muito os grandes compositores eruditos, além de diversos álbuns de artistas como Eric Clapton, Bob Dylan, Yes, Supertramp, Pink Floyd, Sinatra, Ella Fitzgerald,  etc. Felizmente eu sempre tive acesso a boas músicas. Hoje ainda gosto muito de rock, mas quando não estou ouvindo house music busco inspiração no jazz e no blues.
6) Quais os planos para o seu futuro profissional?
Investir cada vez mais em produção musical, sem deixar de lado o trabalho super recompensador de sala de aula. No final deste mês,  estou lançando uma faixa por uma das maiores gravadoras de música eletrônica da Europa, a Vidisco, de Portugal. Espero viajar em tour para o Velho Continente muito em breve.
7) Quem é seu ídolo no seu ramo de trabalho?
São vários. Sempre respeitei muito os pais da house music Frankei Knuckles e Marshal Jefferson. Sem eles a música de hoje seria muito diferente. Artistas como Kinky Movement, Sonny Fodera e The House Inspectors sempre têm um lugar garantido nos meus sets.
8) O que você acha das novas tendências musicais (o rock pop emo, sertanejo universitário, funk, etc)?
Acho que a música vem mudando cada vez mais, e para melhor. O hip hop está dando toda uma nova roupagem para a música pop ao redor do planeta. Esta nova onda de hip hop misturado com música eletrônica vem apresentando novas sonoridades ao grande público, o que atrai cada vez mais gente para o universo gigantesco da música eletrônica.
A música produzida em computadores já deixou de ser somente aquele “bate-estaca”, estilos como o funky house, o soulful e o trip hop apresentam músicas muito bem construídas musicalmente falando.  Se você procurar nos principais charts do planeta, vai descobrir que a música eletrônica e o hip hop estão ocupando o espaço que já foi do Rock. Acho que isso se deve a facilidade que os artistas deste mercado têm em se reciclar e trazer novas sonoridades e idéias para o público.
A demanda por novidade é grande, existe muito espaço para novos artistas que se propõem a desbravar novas sonoridades. Quanto aos estilos mais regionais, como o sertanejo universitário, axé e até o funk carioca, acho que toda música que se destaca merece respeito. Se muita gente está ouvindo, é porque aquilo foi muito bem produzido. O objetivo de qualquer artista é agradar ao público, e esses novos estilos conseguiram suprir a necessidade de mudança que as novas gerações procuram na música. Todos os estilos estão se reciclando, até mesmo a música erudita tem tomado novas formas, incorporando novos timbres e sonoridades.
9) O rock’ n’ roll teve influência em sua vida?
Sim. A influência foi grande, me criei ouvindo muita coisa, mas o rock sempre teve um espaço muito especial. Estou sempre à procura de novas bandas, novos sons, e tenho encontrado muita gente boa experimentando novas maneiras de se fazer rock. Inclusive estou me preparando para assistir aos shows do Deep Purple e Pearl Jam que rolam este mês aqui. Quem quiser dar uma conferida no meu trabalho pode acessar: www.soundcloud.com/djdante

Neste artigo

Participe da conversa