A qualidade do arroio Itaquarinchim, que corta o município de Santo Ângelo é considerada péssima. A afirmação é do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Ijuí, que apresentou detalhes a respeito de uma nova resolução que aborda a qualidade da água dos rios e apresentou dados preocupantes a respeito da qualidade da água em Santo Ângelo.
Na última semana, integrantes do Comitê Rio Ijuí estiveram visitando o Jornal e Revista O Mensageiro para demonstração deste trabalho. Na oportunidade, estiveram presentes o presidente do Comitê, Luiz Augusto de Almeida Pérsigo, a estudante de Química Estela Bresolin, representante da Vonpar no órgão, e a conselheira e secretária executiva, a bióloga Raquel Reisdorfer .
Segundo Luiz Pérsigo, o Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica é um organismo instituído por lei no ano de 1994 faz parte do Sistema Estadual de Recursos Hídricos e tem como atribuições específicas os gerenciamento do uso dos corpos hídricos e tem como base o planejamento e gestão na Bacia Hídrica dos rios e afluentes.
O comitê tem como função tomar decisões sobre o uso futuro das águas da bacia e conjunto de ações estratégicas juntamente com os órgãos políticos. A sede do comitê em Santo Ângelo fica no prédio 7 da URI Santo Ângelo.
A extensão da bacia é de mais de 10 mil quilômetros e passa por dezenas de municípios.
Itaquarinchim – De acordo com Estela Bresolin, a empresa Profiell Engenharia e Ambiente Ltda, contratada pelo governo estadual fez os testes durante um ano e meio e constatou que a água do rio Itaquarinchin chegou ao índice considerado péssimo para o consumo. A nota da medida considerada razoável é 2 e a água do rio chegou ao nível 4. Vale lembrar que 40% da água consumida pelos santo-angelenses é retirada do Itaquarinchim.
De acordo com Estela Bresolin, a resolução de número 111/2012 que saiu no Diário Oficial do Estado na quinta-feira, dia 13, define que o rio deverá passar por uma despoluição. Cada um deverá contribuir nisso. A população de forma consciente na coleta seletiva de lixo e um consumo consciente de água.
Essa resolução também atribui metas e medidas ao Poder Público que deverá implementar medidas e políticas para um futuro com água de melhor qualidade, e também retirando pessoas que moram às margens dos rios, na maioria das vezes sem esgoto ou fossas.
Estela informa que a pesquisa mostra de que a água antes de passar pela cidade de Santo Ângelo é considerada nível 2. Depois de passar pela cidade, fica em nível 4. “Isso mostra que a água é poluída nesse trajeto”.
Já a bióloga Raquel destaca que estas medidas devem ser tomadas em 10 anos. “A água deve passar de nível 4 para 3. Em 20 anos deve ser nível 2 e isso é uma responsabilidade de todos. A preocupação deve ser de todos, pois o rio Itaquarinchin além de servir para o abastecimento das residências deságua no Ijui e, conseqüentemente, em outros” .
O que é o Comitê?
É um organismo instituído pelo Poder Público com base na Lei 10.350/94, integrante do Sistema Estadual de Recursos Hídricos, com atribuições específicas no gerenciamento dos usos e da conservação da água e dos corpos hídricos, tendo como base de planejamento e gestão a sua Bacia Hidrografica.
Qual a função do Comitê?
Cabe ao Comitê da Bacia, a decisão sobre os usos futuros das águas da bacia, o conjunto de ações estratégicas para atingir esses objetivos e o valor da contribuição financeira que cada usuário da água deverá dispor para o cumprimento dos objetivos.
Como é composto o Comitê?
40% é composto por usuários da água (abastecimento público, indústria, agricultura, navegação e lazer), 40% por representantes da sociedade civil organizada (vereadores, ONGs ambientalistas, associações de bairros, etc) e 20% por órgãos públicos federais e estaduais.
Quais os municípios?
A área da Bacia Hidrográfica do rio Ijuí corresponde a 10.779,2 quilômetros quadrados e integra os seguintes municípios: Ajuricaba, Augusto Pestana, Boa Vista do Cadeado, Bozano, Caibaté, Catuípe, Cerro Largo, Chapada, Condor, Coronel Barros, Cruz Alta, Dezesseis de Novembro, Entre-Ijuís, Eugênio de Castro, Guarani das Missões, Ijuí, Jóia, Mato Queimado, Nova Ramada, Palmeira das Missões, Panambi, Pejuçara, Pirapó, Porto Xavier, Rolador, Roque Gonzales, Salvador das Missões, Santa Bárbara do Sul, Santo Ângelo, São Luiz Gonzaga, São Miguel das Missões, São Paulo das Missões, São Pedro do Butiá, Sete de Setembro, Tupanciretã e Vitória das Missões.
O maior consumo
Onde ocorre o maior consumo de água em uma residência? A distribuição do consumo de água em residências unifamiliares de interesse social apresenta que o maior consumo de água ocorre no chuveiro (43%), seguido pelo vaso sanitário (19%), pia da cozinha (17%) pia do banheiro (6%), tanque (6%), máquina de lavar roupa (6%) e torneira de jardim (3%).
Segundo a ONU, uma pessoa utiliza, diariamente, 50 litros de água.
Atribuições dos Comitês
Compatibilizar os interesses e eventuais conflitos dos diferentes usuários da água; propor o enquadramento das águas da bacia em classes de usos, de acordo com os usos pretendidos; aprovar o Plano da Bacia, a ser incluído no Plano Estadual de Recursos Hídricos e acompanhar a sua implantação e aprovar os valores a serem cobrados pelo uso da água.