Há muitas décadas os professores vêm pleiteando melhores condições de trabalho, além de uma reposição salarial adequada. Todavia, as reivindicações da categoria encontram inumeros obstáculos na hora de serem atendidas, sendo que nem sempre são acolhidas em sua integralidade. E para fazer valer os seus direitos, estes homens e mulheres que dedicam suas vidas a nobre tarefa de ensinar são inclinados a tomarem medidas extremas como a paralisação de suas atividades como forma de chamar a atenção da opinião pública e dos governos para o sucateamento da educação.
Foi com este objetivo que os professores da rede pública de Entre-Ijuis/RS realizaram ontem a primeira paralização das suas atividades na história do municipio. Ao todo são em torno de 700 alunos que ficarão sem aula nos três turnos. Estiveram envolvidos cerca de 70 professores que atuam em quatro escolas regionais da cidade e uma escola de ensino infantil. Os manifestantes reivindicam reajuste de salárial de 30 a 40%, além de melhores condições de trabalho e garantias de aposentadoria. Também solicitam revisão do plano de carreira.
Para a presidente do Sindicato dos Professores de Entre-Ijuis, a reivindicação da categoria é por um salário adequado para as funções e condições de trabalho dignas. “Nossa luta é por uma reposição salarial justa. Além disso reivindicamos que haja melhorias nas condições de trabalho, já que muitas escolas estão sofrendo com dificuldade de verbas e para manter suas atividades os próprios professores precisam realizar atividades na comunidade para angariar fundos, como, por exemplo, jantares e ação entre amigos, o que proporciona um desgaste para o profissional que geralmente realiza estas ações fora de seu turno de trabalho. Recebemos uma proposta do municipio de apenas 15%. Essa foi uma paralização inicial, que pode se estender nos próximos dias caso poder público e a categoria não chegue a um acordo, mas para isso haverão reuniões entre as partes e assembléias com os professores”, conta.
O secretário da fazenda de Entre-Ijuis, Adelar Setin da Silva, diz que a proposta de 15% não contempla o que foi solicitado pelos educadores que gira em torno de 30 a 40%. “Estamos trabalhando para realizar um acordo que contemple as reivindicações da categoria sem que isto gere uma sobrecarga nos cofres públicos. Ao longo dos próximos dias haverá outras reuniões e a situação vai se estabilizar em breve”, diz.