O trânsito de caminhões voltou a fluir na tarde de ontem, dia 10, junto ao trevo de acesso a Entre-Ijuís. Centenas de caminhoneiros parados pela manifestação iniciada na segunda-feira, dia 9, partiram em comboio e com buzinas acionadas por volta da 13h30min de terça-feira. Sem o apoio de entidades constituídas, a manifestação enfraqueceu em Santo Ângelo, no entanto, não estão descartadas novas manifestações. No final da tarde de ontem, o trânsito estava liberado e os caminhões passavam normalmente pelo local.
Segunda
Até a manhã do dia 10, os caminhoneiros que trafegam pela BR 285 e ERS 344 eram convidados a pararem e estacionarem no Posto Pizzolotto. Nas primeiras horas da manhã de segunda-feira, dia 9, o pátio do referido posto estava lotado de caminhões. Os manifestantes prometiam continuar com a prática por tempo indeterminado. Foram queimados pneus no acostamento da pista, algumas pedras e um estrado, estavam estrategicamente colocados para sinalizar o local e inclusive um facão que estava no acostamento junto da manifestação foi entregue a aos Policiais Rodoviários Federais que acompanhava o episódio.
Não são patrões e nem empregados
A Assessora Jurídica do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Ijuí, Dr. Loeri Bao, afirma que os motoristas (empregados com carteira assinada) não são os responsáveis por pela chamada greve, pois o valor do frete e do diesel não compete e não interferem no trabalho dos motoristas empregados. Loeri também afirma que o sindicato patronal não tem interesse de paralisar atividades e, muito menos, podem realizar movimentos desta natureza. Somente os motoristas autônomos, podem vir a ter interesse neste tipo de manifestação, mas desconhece qualquer tipo de entidade que esteja ligada ao movimento.
“Só vá com segurança”. Esta é uma recomendação habitual dada aos motoristas empregados. Eles só devem seguir com garantia de segurança da vida, carga e do veículo, por este motivo não se arriscam e acabam parando no pátio dos postos.
Mauro Bienaske da Cooperativa dos Transportes Rodoviários das Missões disse que acompanhou o movimento, é solidário as reivindicações dos caminhoneiros autônomos que buscam melhores condições de trabalho, no entanto, não se sentiu a vontade para se declarar um apoiador das manifestações, pois não havia uma pauta definida para atender os interesses da classe.
Organização por Whatsapp
Os manifestantes se intitulam pertencentes ao Comando Nacional de Transportes, confirmam que não são ligados aos sindicatos de funcionários ou patronal, segundo Bruno Tagliari, que liderou a manifestação no trevo de acesso a Entre-Ijuís a parada dos caminhões foi articulada por caminhoneiros autônomos que se comunicam por um aplicativo de celular, o Whatsapp. Por meio do aplicativo os grupos repassam informações e podem fazer o movimento articulado em várias regiões do Estado e do Brasil.
Presidência não recebeu pauta de reivindicações
De acordo com Edinho Silva, a greve não busca melhorias para a categoria.“Se tivermos uma pauta de reivindicação, como tivemos em outros momentos, o governo sempre estará aberto ao diálogo. Agora, uma greve que se caracteriza com o único objetivo de gerar desgaste ao governo, ela vai de encontro aos interesses da sociedade brasileira”, disse Edinho Silva em entrevista no Palácio do Planalto.O ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Edinho Silva, disse na manhã de segunda-feira, dia 9, que os caminhoneiros em greve não apresentaram uma pauta de reivindicações e que a paralisação tem como objetivo o desgaste político do governo.