Como funciona a suinocultura?

A partir da rotina da família Cassel conheça como trabalham os suinocultores integrados a indústria Alibem

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Nardeli Gebert Cassel observa os leitões recem chegados em sua propriedade rural
Nardeli Gebert Cassel observa os leitões recém chegados em sua propriedade rural

O lote de 1800 leitões que é transferido a cada 120 dias para a propriedade do Senhor Nardeli Gebert Cassel, na localidade de Atafona, interior de Santo Ângelo, chega em quatro caminhões. Quando o mesmo lote for transferido para a indústria, serão necessários 21 caminhões para o transporte até a Alibem. A produção é integrada com a indústria e o Sr. Nardelli cuida para que os animais ganhem peso até o momento do abate, pois faz apenas uma parte do processo de criação dos porcos, que ele chama de terminação.

Produção Integrada
Cada um dos 1800 leitões que chega na pocilga da família Cassel tem em média 20 quilos, “já estão mocinhos”, pois antes disso passaram pela maternidade e a creche (parte do processo feito por outros produtores).
Neste tipo de produção integrada a indústria fornece assistência técnica, insumos, animais e o produtor a infraestrutura e a mão de obra, parceria que é regulamentada pela Lei 12288/2016. Do mesmo modo que Nardeli, os produtores que participam deste processo (terminação) fazem uma espécie de “hospedagem dos porcos”. Além dos leitões, a indústria entra com a ração e os medicamentos. Em contrapartida, a Alibem cobra condições sanitárias e manejo adequado para o crescimento saudável dos animais.
Nardeli e o filho Fábio tem ajuda de mais dois funcionários para realizarem o trabalho diário de hospedar os leitões. Eles cuidam da limpeza da pocilga, da alimentação e ficam de “olho vivo” no comportamento dos animais, pois uma alteração pode indicar algum problema de saúde. Quando o porco atinge 130 quilos, está na hora de partir, cada porco ganha o peso ideal em um período de 110 a 120 dias.

Diversificação da fonte de renda
Ainda sobra tempo para o grupo trabalhar na produção de leite, principal fonte de renda da propriedade, plantar 140 ha de lavoura e prestar serviços de colheita e fenação. Cassel investiu na suinocultura como forma diversificação de fonte de renda, tendo em vista a instabilidade climática pode alterar a renda com a colheita.
Na propriedade é finalizada a produção de 5400 porcos por ano, três lotes de 1800 leitões anualmente. Cassel iniciou na suinocultura há cerca de 27 anos com um lote de 22 porcos, quando um grupo de pequenos empreendedores rurais resolveram produzir suínos por meio de um consórcio. Com o tempo, o consórcio foi vendido, mas ele nunca deixou de trabalhar com a suinocultura, gradativamente foi ampliando a escala de produção, foi expandindo: 300, 600, 700, 1250 e hoje os lotes são de 1800.
Nardeli conta que na modalidade em que ele participa da suinocultura a renda obtida depende de alguns fatores, desde as condições de infraestrutura da propriedade, ganho de peso diário de cada leitão, percentual de mortalidade, até o peso médio final em comparação a média dos demais produtores, entre outros fatores. Segundo o produtor, a Alibem mantém uma política de incentivo financeiro para o produtor que faz melhorias na propriedade, pois quanto mais adequada e limpa for, mais valor agrega ao produto final do frigorífico, por este motivo o produtor mais bem qualificado consegue obter mais renda com os suínos entregues, ou seja, a indústria paga mais para quem investe em qualidade de produção.

A Alibem e a ampliação da produção no Estado

Suinocultura - Cassel - Alibem (6)

 

A Alibem atua no Rio Grande do Sul (com suínos) e em Mato Grosso (com gado). É considerada a 2ª maior empresa de suínos do Estado e a 5ª maior do Brasil em volume de abates. Gera mais de 4 mil empregos diretos. Exporta para mais de 40 países e distribui produtos em todas as regiões brasileiras.
A Alibem conta com 900 suinocultores integrados. Na unidade de Santo Ângelo são abatidos 2.200 suínos diariamente e até o final de 2017 pretende-se chegar a 3000 abates diários.
Segundo a direção da empresa já estão sendo realizadas as obras de ampliação da indústria e a contratação de pessoas. Com a ampliação da indústria Alibem, estima-se que 15 a 18 novos integrados semelhantes ao Sr. Nardeli Cassel sejam necessário para atender a nova demanda produtiva.

Lei 13.288 de 2016

Lei dos Contratos de Integração (Lei no 13.288/2016) – O ano de 2016 entrou para a história da avicultura e suinocultura brasileira. Foi sancionada a Lei no 13.288, no dia 16 de maio de 2016, após 18 anos desde a apresentação da primeira proposição legislativa (PL no 4.378/1998), que tentava disciplinar a relação contratual entre produtores integrados e agroindústria integradora. Resultado do protagonismo da CNA nas negociações, que duraram cinco anos, entre os grupos de interesse envolvidos; a partir dessa data, os contratos de integração agroindustrial passaram a ser regidos por norma específica dentro do ordenamento jurídico brasileiro.

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1 comentário

  1. Neusa teresinha Dalbem lourenço Responder

    Gostei da reportagem