Sábado 27/08/2011

A FILA DO DESENCARNE NÃO PARA Todos os dias os jornais trazem notícias de amigos que voltam ao plano espiritual. A fila do desencarne não para. O fotógrafo...

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A FILA DO DESENCARNE NÃO PARA

Todos os dias os jornais trazem notícias de amigos que voltam ao plano espiritual. A fila do desencarne não para. O fotógrafo Bruno Schmidt, que residia em Ijuí há poucos anos, após ter passado quase a vida toda na Capital das Missões, é um deles. O jornalista Roberto Frey Prietto, filho da confreira Elza Frey Prietto, da Academia Santo-angelense de Letras, é outro. Mais o Irmão Marista Ivo Piussi, meu professor na primeira série do Colégio Santo Ângelo, e o Jorge Adalberto Sabo. Na última vez que conversei com o Jorge, na saída do Pag-Menos, ele me ofereceu carona e o pedestre tradicional aceitou prontamente a gentileza. No trajeto, o Jorge sugeriu crônica sobre os personagens populares da cidade, esquecidos das atuais gerações. Acatei a sugestão e pedi que ele anotasse nomes e me repassasse, no que concordou logo. Não nos vimos mais. Não sei se ele tinha começado a arrolar nomes, mas em homenagem ao Jorge, vou lembrar dois tipos populares da cidade: o “seu” Carneiro e o Tiquinho. O “seu” Carneiro trabalhava no Frigorífico como auxiliar do médico-veterinário José Joaquim Lopes (mineiro e grande admirador de Juscelino Kubitschek). Não sei de onde veio o “seu” Carneiro, mas ele ficou por aqui muitos anos. Parece que o nome verdadeiro era Eduardo Sterk. Cabelos quase brancos, solteirão, muito divertido, o “seu” Carneiro participava da programação ao vivo da Rádio Santo Ângelo, com imitação de bichos: aves, cachorros, gatos… Fazia sucesso e agradecia os aplausos com largos sorrisos. Já o Tiquinho não era tão alegre assim. De condições humildes, ele vendia bilhetes de loteria pelas ruas da cidade e também se deslocava para Ijuí e Cruz Alta, viajando de trem. Ia oferecendo os “premiados” aos passageiros, desembarcava nas cidades vizinhas e voltava no fim da tarde. Sempre carregando uma pasta com os bilhetes da Estadual e da Federal. Já idoso, deve ter deixado o mundo físico junto a familiares da terra natal. Por não saber fazer outra coisa, ele cumpriu a modesta missão terrena com trabalho, muita dedicação e o apreço dos fregueses. Que esteja bem consciente na vida espiritual. Voltou na sua hora, na sua vez, porque a fila do desencarne, como nos diz o Espírito do dr.Leocádio José Corrêa, não para. Jefferson Arbo Pavlak, diplomado pela Faculdade de Direito de Santo Ângelo, manda e-mail, de Palmas do Tocantins, congratulando-se com o texto da crônica anterior: “Verdade: o texto encorajador pode matar a fome de alguém.” Antonio Carlos Rousselet escreveu amável crônica sobre meu pai na edição passada, que agradeço,  mas cometeu equívoco. O Correio nunca esteve em prédio onde hoje está a Padaria Nosso Pão, do amigo Selvino. O Correio nunca esteve em prédio onde hoje está a Padaria Nosso Pão, do amigo Selvino. Ali era A Miscelânea, do Antonio Farah e da dona Malvina. O Correio funcionava no prédio que hoje pertence ao Sindicato dos Trabalhadores Rurais, na Marquês do Herval, esquina com a Travessa Augusto do Nascimento e Silva. Quando menino, era ali que eu costumava brincar com as malas postais.

A FRASE DO CHICO XAVIER – O ódio que julgas ser a antítese do amor, não é senão o próprio amor que adoeceu gravemente.

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