Sessão Nostalgia
A comunidade de santo-angelenses na rede Facebook vive há dias momentos de nostalgia. De várias cidades, pipocam lembretes sobre figuras populares, educandários, festas e de tudo um pouco. Mas a extinta Padaria Zeitter e o Galerno foram os temas preferidos numa tarde de domingo. Onde ficava a padaria do casal de alemães? Na Antunes Ribas, esquina com a 3 de Outubro. Quem provou os doces, tranças recheadas de passas de uva, canudinhos e tortas do Zeitter garante que Santo Ângelo nunca mais teve algo igual. Os doceiros-auxiliares eram os jovens Cosme e Damião Fernandes, que, talvez, tenham guardadas a sete chaves as saborosas receitas.Walter Zeitter, filho único do casal, não deu seguimento à confeitaria. Aprovado em concurso para ingresso no Banco do Brasil (tempo dos ótimos salários), Walter trabalhou no estabelecimento até se aposentar, quando transferiu residência para São Leopoldo, onde veio a desencarnar, recentemente. No Curso Técnico de Contabilidade do Colégio Santo Ângelo ministrou a cadeira de Contabilidade Bancária. Apaixonado por violino, o amigo Walter colaborou nos cultos dominicais da igreja do Relógio, ao lado da Varna Franke Bier, esta no piano. Mas o pai dele, alemão bondoso e sorridente, sofreu humilhações por ocasião da Segunda Grande Guerra Mundial. O Galerno, primeiro clube aquático da Capital das Missões, viveu momentos inesquecíveis até surgirem as piscinas dos clubes sociais. Verão de intenso movimento, desde a manhã até a noite. E controlando todo o fluxo de jovens estava o “seu” Percival, nome muito lembrado pelos antigos frequentadores do Galerno. Lembrado com admiração e carinho, o que deve ter feito bem ao espírito desse amigo e da esposa dele, benzedeira muito procurada. Eles residiam no próprio clube, que teve em Nestor Portella, o homem da Algodoeira, um dos seus principais idealizadores. E lá de Igrejinha, onde reside há vários anos e sobrevive às repetidas enchentes, o amigo Harry Streppel, ex-presidente da nossa Câmara de Vereadores, manda o seguinte e-mail sobre a coluna anterior: “Sempre é bom lembrar o passado e as pessoas que conviveram com a gente. De todos que mencionas na crônica, apenas do “seu” Carneiro eu não lembro. Estes dias minha irmã ainda falou no Tiquinho, não recordo por quê. Outra faceta dele é que não perdia velórios. Se ele passava na rua e tinha velório, ele entrava e ia cumprimentar a família.” A professora Vera Linck recordou, no Facebook, a dona Flora, que residia ao lado da Padaria Zeitter, pela 3 de Outubro. Alta, magra, a boca com muito batom, idosa, a dona Flora tinha a companhia de vários gatos e ai de quem mexesse com os bichanos. Ouvia desaforo para o resto da vida… Volta e meia ela atritava com as alunas do Verzeri, que passavam na frente da sua casa. Que hoje esteja calma e feliz na vida espiritual.
A FRASE DO CHICO XAVIER – A questão mais aflitiva para o espírito no Além é a consciência do tempo perdido.