Quarta-feira 10/08/2011

A falácia da legalizaçãoAntes que venham dizer que a tragédia da violência nas grandes cidades é decorrente do tráfico de drogas, há de se lembrar que a violência...

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A falácia da legalização
Antes que venham dizer que a tragédia da violência nas grandes cidades é decorrente do tráfico de drogas, há de se lembrar que a violência urbana existe por si só e esta se daria com ou sem a proibição às drogas. Bandidos se armam desde que o mundo é mundo, não apenas porque o consumo de drogas financia o seu poderio bélico. Nunca se provou, por exemplo, que o jogo do bicho tenha se associado ao tráfico de drogas, mas a contraversão foi a primeira na história do crime organizado no Rio a constituir um exército particular com homens armados e pela própria polícia. Eis a questão vital que não há política de segurança pública que dê jeito no Rio: a corrupção do aparelho repressivo (polícia e Justiça).
A desculpa mais comum dos defensores da legalização é de que fracassou a política mundial de combate às drogas. Ledo engano. O que falta é uma política de controle da saúde dos dependentes químicos. A tese de que algo proibido atrai mais a atenção do ser humano é outro engodo. Isso nos levaria ao raciocínio trágico de que todas as leis devem ser banidas para que as pessoas se comportem melhor, respeitando umas às outras.
O argumento de que a legalização forçaria o crime organizado a sair do comércio de drogas é outra falácia. Qualquer um sabe que existe mercado paralelo para tudo. E, no caso das drogas, os traficantes não abandonariam o segmento em hipótese alguma. Não apenas porque muitos deles são usuários e não se inscreveriam em nenhum programa oficial para adquirir sua cota, como assim também fariam muitos dependentes que não se sentem seguros em confessar o próprio vício.
Outra cascata é dizer que a legalização da droga permitiria a regularização do mercado e um preço muito mais baixo acabaria com a necessidade de se roubar para conseguir dinheiro para as drogas. Muitos usuários de drogas praticam crimes não por necessidade, mas apenas porque se sentem mais estimulados a emoções mais fortes, sobretudo com o uso de drogas pesadas como a cocaína. Crime também está associado à rebeldia. Como defendem alguns, a legalização não restauraria o direito de se usar drogas responsavelmente porque drogas quase sempre não combinam com responsabilidade social e nem individual. Como não há dúvida de que drogas fazem mal à saúde, como alguém que as usa pode ser considerado responsável consigo mesmo? Há uma contradição nisso. Não existe absolutamente nenhuma evidência que a legalização esteja resolvendo o problema no mundo. E é óbvio que, para surtir algum efeito, uma política de legalização tem que ser globalizada. Não terá êxito algum se for aprovada apenas por um país porque o tráfico internacional de drogas, assim como outros tipos de crimes, hoje é totalmente globalizado e conectado.
Portanto, não passam de falácias de jovens sonhadores que ainda fazem parte da geração “come e dorme”.

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