Um “dedo de prosa” na feira

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Na manhã gelada de quinta-feira, dia 14, quando acordamos com uma branca geada, por volta da 6h e 30mim já era possível ter “um dedo de prosa” com Seu Irio Kessler, na feira de produtos coloniais em Santo Ângelo.

 

–E a geada seu Irio? – Geada benéfica – comentou o experiente produtor. – Foi uma geada seca. Não tinha muita umidade. A geada mais perigosa é aquela que ocorre, como se diz na gíria popular, ‘em cima do barro’. Importante o frio nesta época, mata o picão, amoroso, soja ‘guacho’ (nascido sem ser plantado), só para entender a importância desta geada, este soja hospeda a ferrugem asiática e quando a lavoura de soja definitiva for plantada acaba se contaminando com o referido fungo. Além disso, o trigo não foi prejudicado, segundo o agricultor a planta não estava em época de emborrachamento (o subperíodo que antecede imediatamente à floração).

Adquirindo produtos no estande do Seu Irio, o engenheiro agrônomo Érico Restle, que, além de ser um incentivador do consumo de produtos coloniais, ainda colaborou com o nosso “dedo de prosa” – Hospedeiro de pragas, este soja que nasce por conta, além da ferrugem hospeda o fede-fede.

Naquela manhã, depois de despertar, preparar a camionete e organizar seu estande, o produtor atendia seus clientes, vendia a linguiça colonial, mandioca, banha de porco, ovos, leite, entre outros produtos. Todas as terças e quintas, até às 12h, cerca de 7 a 8 feirantes participam da feira e no sábado são 16 produtores que expõe os mais variados produtos coloniais. O encontro com pessoas e produtos da terra se reveste de momento ímpar, principalmente porque, passamos a maior parte do dia trabalhando em frente a um computador sentado em uma cadeira.

Logo, a prosa do engenheiro agrônomo se inclina para a qualidade dos produtos vendidos por Seu Irio, ele exalta que: – a banha é de porco que não toma hormônio, o ovo é de galinha caipira, – e brinca, – aquela que cacareja, a mandioca é plantada em sistema de rotação de cultura e tem sabor inigualável, – e aprofunda o “causo” dizendo que, a terra, que ele chama de mista (nem pedregosa e nem argila), oferece todos os nutrientes que a mandioca precisa, – quando fica amarga é sinal que a terra não oferece nutrientes, esta que ele vende aqui, é muito saborosa, a melhor da cidade. – Seu Irio colhe cerca de 70 mil quilos de mandioca todos os anos, não só para a venda, mas também para alimentar a criação.

Nos estandes encontramos expostas para a venda verduras hidropônicas, como agrião, rúcula, tempero verde, alface e ainda cucas, bolachas, queijo, melado, bergamota, laranjas, salames coloniais, ovos, mandioca, leite, enfim, tudo que é da estação e os produtores rurais se dispõe, ou podem colocar a disposição dos moradores urbanos.

 

 

 

 

 

 

 

 

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