O lixo eleitoral é reciclável?
Sim. 100% reciclável.
O lixo eleitoral de Santo Ângelo será reciclado?
Não. Mas por quê?
Por dois motivos:
1 – Este papel será recolhido pela limpeza pública e levado diretamente para o aterro sanitário.
2 – O valor pago pela indústria para o papel misto (panfletos, propaganda, revistas, etc.) é de R$ 0,035 centavos.
Deste modo, nem mesmo os catadores mais obstinados demonstram interesse em gastar tempo para juntar este tipo de papel e fazer um destino correto para a indústria. Além disso, existe o custo agregado do enfardamento e transporte, pois o valor de três centavos e meio, informado, é posto na indústria. Processo que inviabiliza comercialmente o processo de reciclagem do papel misto em Santo Ângelo.
Você sabia?
O papel gasto com impressos para propaganda eleitoral em todo o território seria o suficiente para confeccionar 20 milhões de livros ou cadernos.
Até a segunda parcial de contas apresentada ao TSE, mais de R$ 300 milhões haviam sido gastos só com papel e publicidade em jornais e revistas. O juiz auxiliar da presidência do TSE, Paulo de Tarso Tamburini, explica que isso equivale a mais de 20 milhões de livros ou cadernos que poderiam ser feitos, ou a mais de 20 bilhões de folhas tamanho A4. Ou, ainda, a 417 mil árvores cortadas.
O papel branco (cadernos, folhas de ofício etc..) e o papelão são os dois tipos mais bem pagos pela indústria. O papel da propaganda eleitoral é classificado como papel misto, segundo a cooperada da Ecos do Verde, Martiane Nicoletti, existe muita oferta desse papel em todo o território nacional e a maioria das recicladoras finais, mais próximas do Rio Grande do Sul, é no estado de Santa Catarina, portanto os custos para o destino final não compensam.
Em Santo Ângelo a Cooperativa Ecos do Verde realiza a classificação, picotagem, enfardamento e prensagem do papel descartado pela população, indústria e órgãos públicos. No entanto, o papel misto decorrente do lixo eleitoral ou de qualquer outra origem, é recebido como doação pela “Ecos do Verde”, portanto, não tem valor comercial e os poucos catadores existentes na cidade não recolhem este tipo de papel.
Saiba mais sobre o lixo reciclável em Santo Ângelo
A cooperativa atua em dois locais distintos, um deles está localizado no Bairro Harmonia, próximo da Redemaq, onde 11 cooperados trabalham para separar, prensar, picotar e enfardar o papel recolhido diretamente em bancos, gráficas, empresas e órgãos públicos. Os fardos contém de 150 a 250kg.
Boa parte da força de trabalho, 25 cooperados, atua na usina de reciclagem, lá o lixo seco recolhido nas residências é recepcionado e passa por uma esteira, sob o olhar atento dos trabalhadores são separados diversos tipos de matérias possíveis de serem reaproveitados, inclusive os papéis. Cerca de 100 toneladas de Lixo é reaproveitado todo o mês, o restante é levado para o aterro sanitário.
A Cooperada, Martiane Nicoletti, conta que a quantidade de lixo que será reaproveitado, principalmente na esteira, depende de como as pessoas realizam a separação no âmbito doméstico. Uma boa separação em casa ajuda o trabalho realizado na cooperativa.
A Ecos do Verde atua com trabalho associativo/cooperativo, surgiu em 1996, um ano depois, firmou convênio com a Prefeitura de Santo Ângelo e iniciou as atividades na Usina de Separação de lixo que fica junto próximo ao aterro municipal na RS-344, km 89. Em 1998 foi finalmente implantada uma coleta seletiva no município e hoje o Ecos do Verde consegue reaproveitar 100 toneladas de lixo todos os meses.
Neste segundo turno das eleições o lixo, que por ventura, será solto pelos cabos eleitorais irá direto para o aterro sanitário, do mesmo modo que no primeiro turno desta eleição.
Limpeza pública após o segundo turno
Depois da votação do dia 5, quilos de papeis permaneceram nas ruas, à mercê do vento e da chuva, o fato causou incômodo para os cidadãos e consequentemente, para a administração municipal. Por determinação do prefeito Luiz Valdir Andres, um trabalho de limpeza será realizado no 2º turno das eleições, mas conforme informou a Assessoria da Prefeitura, a ação será apenas nas principais zonas eleitorais.
O chefe do executivo decidiu escalar uma equipe para minimizar este inconveniente. O comunicado diz o seguinte “Em virtude da extensão da cidade, não será possível realizar a limpeza de todo o município ainda no domingo, mas as principais seções eleitorais serão varridas e limpas”. O trabalho tem como principal intenção evitar que a sujeira cause transtornos, acidentes e problemas ambientais.
