O entardecer na querência está chegando ao final
Deixo o meu abraço cordial e agradeço a companhia.
Vou me mandar la cria, ligeiro como ninguém,
Esperando contar com vocês na sintonia, sábado que vem!
A cancela do meu peito se abre para o ‘Rio Grande’
Quando o entusiasmo se expande no canhadão da existência,
Tudo isso é a (re) vivência das tradições do passado,
É o meu pago relembrado ao entardecer na querência.
Entardecer na querência é o nome de um programa de rádio, que aos sábados, levava música gaúcha e exaltava tradições regionalistas. Apresentado e produzido por Mário Gattini, que abria e fechava sua comunicação em versos, ou seja, ele cunhava poesias que valorizavam os costumes locais e também usava vocabulário regionalista para estabelecer a proximidade com a audiência.
Mário Gattini elaborou o espírito do ‘Entardecer na Querência’ no ano de 1973, quando inaugurou sua comunicação na rádio Cerro Azul no município de Cerro Largo. Nesta época, Gattini desempenhava funções de tesoureiro na Caixa Econômica Federal. Após este período, foi promovido à gerente e transferido para Julho de Castilhos, quando parou de comunicar pelo rádio. O retorno do programa, com o mesmo nome, se deu em Santo Ângelo, depois que aposentou-se do cargo público que desempenhava.
O retorno do programa, segundo Gattini, foi no município de Santo Ângelo pelas ondas da rádio Santo Ângelo, mas também atuou na Rádio Sepé Tiaraju e ultimamente na Rádio Novos Horizontes FM, nos últimos anos, o programa era apresentado em parceria do seu Filho Alberto Gattini.
Mário conserva ainda muitas memórias, principalmente sobre a atuação da instituição em que trabalhava desde o ano de 1962 (Caixa Federal) e de suas atuações no GTG ‘Os Legalistas’, inclusive, do Programa ‘A Voz dos Pampas’.
Mário Gattini é assinante do Jornal O Mensageiro. Nesta semana, quando fez uma breve passagem por aqui, aproveitamos para recordar seus versos e incluí-lo na série “Comunicação Local”, afinal, são autênticos representantes de nossa comunidade, reveladores do nosso jeito de ser, dos hábitos e tradições comunicativas.
Boleia a perna parceiro, não te pare de rogado.
Faço um verso rimado, tirado da consciência,
se achegue com paciência e puxe o cepo meu irmão
vamos tomar um chimarrão no entardecer na querência.
Aqui fechamos a porteira desse programa gaúcho
despretensioso e sem luxo, mas, de grande reverência,
que traz na sua essência o culto das tradições
alegrando os corações ao entardecer na querência.
“Eu gostava de abrir e fechar o programa como versos. E tem muito mais ainda…”, diz Mário Gattini, ao relembrar sua atuação na comunicação local.
Edição | Jornalista Marcos Demeneghi |