O Lar Isabel Oliveira Rodrigues completou 70 anos em março deste ano, sua função é acolher e cuidar de idosos. Atualmente moram lá, 50 pessoas, são idosos que recebem a atenção básica ou especializada de 27 profissionais. Ainda em março deste ano, iniciou-se um período diferente na história desta instituição sem fins lucrativos em Santo Ângelo, a pandemia mundial de Covid-19, impôs restrições de visitas, redução no quadro funcional e rígidas medidas de higienização das dependências e de quem entra no lar.
Redução do quadro funcional
O quadro funcional está reduzido por afastamentos temporários, pois são profissionais que exercem funções em hospitais da cidade e por questões de segurança não podem exercer suas funções junto aos idosos, pois são considerados os mais vulneráveis ao Covid-19.
Uma das medidas para administrar as questões trabalhistas, foi a antecipações de férias destes profissionais. Além disso, todo funcionário que apresenta alterações na saúde é afastado por medida de segurança.
Maior demanda com menos capacidade de atuação
A queda de receita veio acompanhada do aumento dos custos com antecipação de férias e a necessidade de aquisição de equipamentos de proteção individual, bem como, de insumos como o álcool gel e material de limpeza para reforçar a higienização de todas as dependências deste espaço de convivência de idosos, exigindo ainda mais trabalho do quadro funcional.
Rudinei Cesar Paz, atual tesoureiro da instituição, explica que todos que entram no lar, fazem a higienização dos calçados e das mãos. As compras são recebidas no portão e higienizadas antes de serem guardadas. Os funcionários também adotaram o uso de máscaras e nas situações de cuidados com os idosos com maior dependência, usa-se os escudos de acrílico e aventais descartáveis.
As medidas de afastamento social também indicam uma queda na receita anual, pois sem a possibilidade da realização de eventos sociais, as entidades parceiras ficam limitadas na sua atuação.
De onde vem a receita e como são pagas as contas
“Em um ano normal iniciamos janeiro pensando em dezembro”, disse Rudinei ao falar das finanças da instituição e das previsões orçamentárias, ele explica que em situação normal a contabilidade já é equilibrada com doações da comunidade, que sempre colabora com o casa.
Ele esclarece que a receita do Lar Isabel Oliveira Rodrigues é composta por recursos que vem das seguintes fontes:
Contratos com os idosos (Aposentadorias e BPCs);
Ajuda de custo proveniente de um convênio com a prefeitura – Neste convênio a instituição reserva até 15 vagas para idosos em vulnerabilidade social. Eles são encaminhados pela Assistência Social e o valor corresponde a R$ 400 por idoso;
Doações anônimas
Arrecadação efetivada por meio de eventos. Em geral liderados por clubes de serviços como Lions e Rotarys que realizam jantares, campanhas e brechós.
Rudinei explica que o orçamento tende a ser equilibrado, no entanto, imprevistos e os encargos trabalhistas como férias e13º salários no final do ano geram a necessidade de administrar a receita nos demais meses do ano.
O tesoureiro esclarece que parte dos moradores possuem apenas o Benefício de Prestação Continuada (BPC), não percebem 13º salário e outra parte, que entra na casa em situação de vulnerabilidade social, já tem o benefício comprometido com empréstimos consignados. “É justamente aí que o desequilíbrio aparece, exigindo manobras no orçamento e contar com a solidariedade da comunidade.
A CONTAMINAÇÃO
Atualização de informações – Uma semana depois que elaboramos o conteúdo sobre o Lar Isabel Oliveira Rodrigues foram confirmados casos de COVID-19 nesta instituição. Em 08/06/2020 doze pessoas já haviam testado positivos. Cinco funcionários e sete idosos, totalizando 12 casos no total. Todos os casos foram confirmados pelo LACEM – Laboratório Central do Estado.
Em respeito as medidas de afastamento social, não entramos nesta casa de acolhimento de idosos. A entrevista ocorreu no escritório do tesoureiro da instituição e foram realizadas somente fotos externas do Lar.