Alternativas para reunir recursos, projetar, construir e gerir ciclovias é apresentada ao Legislativo de Santo Ângelo. Um projeto de lei formulado pelo vereador Arlindo Diel, sugere a criação de um instrumento que torne possível oferecer a população um local seguro para usar a bicicleta como meio de transporte, lazer, esporte e até mesmo, exercício da consciência de sustentabilidade econômica e ambiental.
O projeto foi protocolado na Câmara de Vereadores de Santo Ângelo na última semana. Prevê a criação do FMASC – Fundo Municipal de Apoio a Implantação do Sistema Cicloviário em Santo Ângelo é um instrumento detalhado de ações permanentes para gerir e orientar, desde a formação de um conselho gestor, até modalidades de captação de receitas aplicadas na projeção, elaboração e execução de ciclovias.
A justificativa se apoia na estrutura urbana do município, a qual possui ruas planas e vocação para o uso de bicicletas, o vereador acredita que seja uma oportunidade de exercer liderança regional no processo de uso alternativo do transporte, cuja proposta se baseia em hábitos de sustentabilidade econômica e ambiental.
O vereador Arlindo Diel afirma que “muitos santo-angelenses utilizam este meio de transporte ecológico para sua locomoção, seja para ir ao trabalho ou como forma de lazer. Precisamos nos incorporar às grandes cidades, como, por exemplo, Porto Alegre, que vê nas ciclovias e ciclo faixas uma alternativa correta para desobstruir o trânsito e preservar o meio ambiente. Com este fundo, o município e a iniciativa privada poderão reunir recursos para a construção de um completo Sistema Cicloviário na Capital das Missões”
Com o objetivo de agilizar o trâmite do projeto, o vereador esteve na segunda-feira, dia 02, em audiência com o prefeito Luiz Valdir Andres, quando expos os detalhes do FMASC e pediu apoio à proposta. Na oportunidade o prefeito, mesmo de modo informal, se posicionou favorável à criação de uma ciclovia.
O projeto prevê a captação de receitas oriundas de multas de trânsito, 20% das receitas arrecadadas pelo Departamento Municipal de Trânsito DMT, de transações penais, medidas em que a justiça determina o pagamento de multas como forma de compensação a sociedade, bem como Termos de Ajustamento de Conduta, firmados com o Ministério Público, entre outras modalidades de auxílios e doações previstos no projeto apresentado ao legislativo.
O Fundo Municipal de Apoio ao Sistema Cicloviário seria administrado por um Conselho Gestor composto por:
• 01 integrante do Departamento Municipal de Trânsito,
• 01 integrante da Secretaria Municipal dos Transportes,
• 01 representante da Prefeitura Municipal,
• 01 integrante do Departamento Municipal do Meio Ambiente (DEMAN) e
• 02 representantes de entidades da sociedade civil com atuação reconhecida na promoção do uso da bicicleta.
Os cliclistas em Santo Ângelo
Trabalhadores que se deslocam de casa para o trabalho são a maioria dos usuários de bicicletas observados nas ruas de Santo Ângelo. Sandro Soares Davi usa a bicicleta diariamente, gosta do meio de transporte que usa, acha rápido, no entanto, afirma que é necessário ter atenção, já sofreu acidente quanto um motorista abriu a porta do veículo sem cuidado, tipo característico de problema e queixa recorrente entre os ciclistas entrevistados. A maioria já sofreu algum tipo de acidente e ainda não são registradas ocorrências policiais, fato que prejudica as estatísticas em torno dos incidentes de trânsito.
Além da agilidade e economia, os ciclistas falam do exercício físico proporcionado pelas pedaladas. João da Silva, 73 anos, nunca sofreu acidente, já está aposentado, mas continua pedalando, tanto pela agilidade, quanto pela saúde que o exercício proporciona. Antônio Aparício Lima da Luz trabalha nos correios e percebe na bicicleta uma possibilidade de trabalhar com mais conforto, sem a necessidade de carregar peso, pois a bicicleta também serve para levar a sacola com as correspondências, algo que ajuda em seu trabalho diário.
