Sabe aquele eletrônico estragado que você guarda e serve para juntar poeira em casa? Chegou o dia de pensar no descarte deste lixo eletrônico. O dia “D” da campanha “Preserve o meio ambiente, não descarte equipamentos eletrônicos em qualquer lugar” será no próximo sábado, dia 15, na Praça Ricardo Leônidas Ribas. Onde equipes estarão disponíveis para receber o seu lixo eletrônico e trabalhar pelo destino correto do material. A novidade deste ano é o recolhimento da linha branca, eletrodomésticos em desuso também poderão ser levados até a praça.
Organizada pela SEMA – Secretaria de Meio Ambiente de Santo Ângelo e Sindilojas Missões ganha o apoio do 1º BCom, Lions Clube Tiarajú, Natusomos e Fecomércio. A população está sendo convidada a separar o material e levar até a praça entre 9 às 17 horas. Na campanha realizada em 2014, entre os municípios de Santo Ângelo e Entre-Ijuís, foram recebidas 22 toneladas de resíduos eletrônicos.
Confira exemplos do tipo de aparelhos recebidos:
Aparelhos de som, ar condicionados, Split, aquecedores, bebedores, cabos e fios, cafeteiras, liquidificadores, batedeiras, carregadores de celular ou outros, chuveiros, celulares, CPU, DVD, vídeos cassete, estabilizadores e nobreaks, fax, ferro elétricos, fontes de microcomputadores, notebooks, forno elétrico, freezer, geladeiras, HD, impressoras e scanners, lavadoras e secadoras de roupa, micro-ondas, modem, máquinas de escrever, pen drives, placas em geral, receptores, roteadores, servidores, térmicas, torneiras, unidades de CD e DVD, freezers e uma série de outros materiais que causam grande dano ao meio ambiente.
Peças pra que te quero
Luis Cristiano Schneider há cinco anos está no ramo de assistência técnica, possui uma loja no centro do município e trabalha com o espírito de reaproveitar o lixo eletrônico. O empresário não se incomoda em receber computadores e outros componentes eletrônicos de seus clientes, Luis conta que reaproveita 90% do material eletrônico descartado, inclusive revela que até o metal dos gabinetes tem a possibilidade de ser destinado para a reciclagem.
Existem casos onde o aproveitamento de componentes é a principal fonte de renda, Rodrigo Sterchile passou a dedicar tempo exclusivo de seu trabalho no recolhimento de lixo eletrônico. Assistências em informática e lojas especializadas do município de Santo Ângelo, Santa Rosa, Entre-Ijuís, Ijuí e Coronel Bicaco já reconhecem no trabalho de Rodrigo, uma alternativa para despachar os eletrônicos. Ele recolhe, seleciona, desmonta, reaproveita o que é possível para montar outros equipamentos e o que sobra tem uma rede formada de empresas que recolhem o material.
No entanto, monitores, toners, baterias e outros materiais tóxicos não são recolhidos e geram um problema para empresas e estabelecimentos que possuem estoque deste tipo de material.
Se uma TV obsoleta incomoda muita gente, várias TVs antigas incomodam “muito mais”
Televisões, monitores e equipamentos eletrônicos que não oferecem potencial de reaproveitamento são rejeitados por empresas que recolhem o lixo eletrônico e causam problemas para os comerciantes e eletrotécnicos do município. Fernando Acker trabalha nos negócios da família que possui uma eletrônica há 28 anos e mantém uma sala específica para guardar equipamentos eletrônicos sem uso ou obsoletos, quando o espaço esgota eles acabam ocupando espaço na garagem da residência da família.
Para descartar este tipo de produto os pequenos comerciantes contavam com o SEMA – Secretaria do Meio Ambiente (antigo DEMAN), no entanto, o que a maioria ainda desconhece, é que o lixo gerado por empresas que comercializam e prestam serviços não é mais recebido pela administração municipal. O secretário do Meio Ambiente, José Ricardo Martins Ferreira, disse que a secretaria apenas se responsabiliza pelo lixo doméstico e campanhas como a de sábado tem a função de auxiliar a população em geral neste processo.
Na eletrônica da família Acker os aparelhos são guardados durante quatro anos, depois deste tempo, descartados. Porém Fernando revela que entrega na Secretaria do Meio ambiente e caso não possa mais contar com a administração municipal não sabe como proceder.
Ricardo Ferreira alerta aos comerciantes e prestadores de serviço que é necessário providenciar um modo legal de descarte. A empresa que vier a recolher o lixo deve possuir uma licença específica para este fim. Deste modo o contratante terá como comprovar através de documentação a destinação do lixo gerado no estabelecimento. Mais informações na SEMA – 3312 1600