Desrespeito ao meio ambiente nas águas do Itaquarinchim

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Alguém já disse que uma das aventuras mais fascinantes é acompanhar o ciclo das águas na Natureza. Suas reservas no planeta são constantes, mas isso não é motivo para desperdiçá-las ou mesmo poluí-las. A água que usamos para os mais variados fins é sempre a mesma, ou seja, ela é responsável pelo funcionamento da grande máquina que é a vida na Terra; sendo tudo isto movido pela energia solar. As principais causas de deteriorização dos rios, lagos e dos oceanos são: poluição e contaminação por poluentes e esgotos. O ser humano tem causado todo este prejuízo à natureza pelo lixos, esgotos, dejetos químicos industriais e mineração sem controle.
Estudos da Comissão Mundial de Água e de outros organismos internacionais demonstram que cerca de 3 bilhões de habitantes em nosso planeta estão vivendo sem o mínimo necessário de condições sanitárias.Um milhão não tem acesso à água potável. Em virtude desses graves problemas, espalham-se diversas doenças como diarreia, esquistossomose, hepatite e febre tifoide, que matam mais de 5 milhões de seres humanos por ano, sendo que um número maior de doentes sobrecarregam os precários sistemas de saúde destes países.
Não é diferente em Santo Ângelo/RS, na turística Capital das Missões, onde no percurso do arroio Itaquarinchim, o qual atravessa o município em grande parte de sua extensão, o problema da poluição é notável, vindo a aumentar a cada semana. No bairro Castelarin, o lixo acumulado “enfeita” a beira do Arroio Itaquarinchim, trafega por sua via e este fato é crescente a cada dia. “São colocadas lixeiras em muitas ruas, boa parte da população respeita e o serviço de recolhimento de lixo acontece, porém o que ninguém sabe é que todo dia flagramos pessoas vindo até a nossa localidade deixar o seu lixo por aqui. São gaioteiros e motoristas, de automóveis e caminhões, que aqui passam e jogam aquilo que não lhes serve mais”, denuncia o morador Paulo Henrique Vitorino.
Percorrendo o trajeto do Itaquarinchim, na divisa entre os bairros São Carlos e Jardim das Palmeiras, encontramos diversos entulhos: são sofás, sacolas de lixo, enlatados, garrafas pet de refrigerantes, garrafas de cerveja e, até mesmo, uma capivara em estado de decomposição. No Jardim Sabo, o lixo continua boiando nas águas do arroio, com diversas sacolas de plásticos, entulhos de plásticos, restolhos de madeiras e alumínios e um cachorro em estado de decomposição. Na divisa dos bairros Kurtz e Harmonia, na “Cascata do Itaquarinchim”, o que poderia ser uma bela paisagem é cenário de acúmulo de lixo, com restos de móveis, garrafas, sacolas de lixo, restos de comidas e até mesmo roupas e calçados.
Segundo o coordenador de Licenciamento do Departamento Municipal de Meio Ambiente (Demam), Antônio Mello, “a poluição frequente nas margens do Itaquarinchin é atribuída à falta de consciência ecológica por parte das pessoas que moram próximo do rio. O poder público faz sua parte, limpa, faz campanhas, oferece todos os subsídios necessários para manter o nosso rio limpo, mas a população não contribui, tornando-se uma questão cultural por parte desses indivíduos, afinal de contas, existe o recolhimento do lixo nesses locais, mas estes sujeitos preferem jogar no rio ou queimar”.  
Para Antônio Mello, “a população não contribui para a preservação do meio ambiente na Capital das Missões e infelizmente o Demam não possui pessoas em número suficiente para fiscalizar todos os locais onde ocorrem acúmulo de lixo, além do mais, não há plantões no órgão municipal, o que facilita a ação dos poluidores”.
Segundo o coordenador de Licenciamento do Demam, “o Demam faz um trabalho de conscientização nas escolas, contando inclusive com uma sala no departamento para receber esses alunos”.

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