Capital das Missões em alerta contra a dengue

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A chuva e a alta temperatura em dias ensolarados são favoráveis à proliferação das larvas do mosquito da dengue. O caso confirmado em Ijuí/RS deixa em alerta a região noroeste do Estado do Rio Grande do Sul. Em Santo Ângelo, este ano já foram 11 notificações da doença, número considerado baixo em comparação o mesmo período do ano passado, quando registrou 80 notificações.

O trabalho da Vigilância Ambiental abrange toda a cidade. Os 32 agentes fazem uma varredura para eliminar criadouros do mosquito da dengue. Mas, conforme o secretário municipal de saúde, é preciso mais colaboração da comunidade. “Nós temos constatado que as pessoas têm viajado de férias e não têm tratado as piscinas, nem olhado os entulhos nos seus pátios. Só com isso, vamos impedir que haja dengue no município”, explica Luís Carlos Cavalheiro, secretário de saúde de Santo Ângelo/RS.
Com a confirmação do primeiro caso de dengue no estado, em Ijuí/RS, a região já fica em alerta. Por ser um município vizinho e que mantém relações diárias com Santo Ângelo, de trabalho e estudo, por aqui a orientação à comunidade foi intensificada.
Ainda conforme o Secretário de Saúde, o município está preparado, caso ocorra uma nova epidemia de dengue. São oito locais para atendimentos e ainda o Hospital Santo Ângelo (HSA). “Ações como os mutirões de limpeza e recolhimento de pneus, realizados intensamente no ano passado, contribuíram para a redução de focos e, consequentemente, para a redução do número de casos”, disse o secretário em entrevista a uma emissora de rádio local.
Após quase três anos sem registrar casos de dengue, o Rio Grande do Sul está diante de um novo surto epidêmico da doença. Em Ijuí (a menos de 50 quilômetros de Santo Ângelo), 11 pessoas já contraíram a doença, de acordo com o Centro Estadual de Vigilância em Saúde.
As autoridades do Estado já tratam o caso de Ijuí/RS como epidemia porque houve registro de um grande número de casos em uma região geográfica pequena. “Os primeiros exames indicaram que se trata de dengue, mas já há uma realidade de epidemia porque dezenas de pessoas com os sintomas procuraram a rede de saúde da cidade durante o final de semana”, afirmou o diretor do centro estadual, Francisco Paz, em entrevista à Rádio Guaíba, anteontem.
Embora o número de casos gaúchos seja pequeno em relação a outras regiões do país, o ressurgimento da dengue no Rio Grande do Sul preocupa o Ministério da Saúde porque, como não se trata de uma doença comum no Estado, a maioria da população não desenvolveu anticorpos contra o vírus. “É uma situação de alerta porque a maioria da população nunca teve contato com a doença”, diz o coordenador do Programa Nacional de Controle da Dengue do Ministério da Saúde, Giovanini Coelho. Segundo ele, como não há vacina, o que pode ser feito é combater o vetor (mosquito Aedes aegypti) para que ele não se espalhe pelas regiões, além do reforço do atendimento a quem apresentou os sintomas.
Entre as ações realizadas diariamente em Santo Ângelo estão as visitas às residências para verificar locais com possíveis focos de criação do mosquito aedes aegypti (transmissor da dengue), bem como a distribuição de folderes com orientações à população e divulgação na imprensa. Estão empregados nesta atividade 50 agentes comunitários de saúde, sendo 25 do Programa Primeira Infância Melhor (PIM) e 32 da Vigilância Ambiental.
A Coordenadoria da Vigilância Ambiental de Santo Ângelo informou que neste período de dezembro/2010 a janeiro/2011 já foram encontrados e eliminados cerca de 50 focos de mosquito da dengue que, logo após identificados, foram eliminados. O número é baixo se comparado ao ano passado, mas apesar da melhora, o órgão conclama à comunidade santo-angelense que colabore e não facilite a procriação do mosquito, evitando jogar lixo em terrenos baldios. Nesta semana, o trabalho da Vigilância Ambiental estará concentrado na zona leste de Santo Ângelo, onde foram encontrados mais focos. Já o Ministério da Saúde ainda não concluiu a estimativa do número de casos de dengue no país.

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