Aposentado vive aventura dentro de seu Ford Corcel ano 1976

1036 0

Existem muitas pessoas que não estão satisfeitas com as suas vidas. Vivem em constante inferno astral, não estão contentes com o que têm, tampouco se sentem felizes. Muitos destes ditos “abandonados pela sorte” não conseguem vislumbrar uma saída para os seus sofrimentos. Alguns passam o restante dos seus dias se maldizendo e outros enveredam para caminhos mais tortuosos e até sem volta. Na contramão de tudo isso, na Capital das Missões, encontramos uma figura que “exala” bom humor.
Natural de Caibaté/RS, recebeu o nome de Nelmo Back. Filho de Maurício Afonso Back, já falecido, auxiliou o  seu pai na atividade agrícola em uma propriedade rural situada em sua cidade natal. Todavia, por alguns anos residiu em Santo Ângelo, na década de 1950, cursando seus anos escolares no Ginásio Santo Ângelo. Além disso, foi aqui que serviu no Exército. Nesta terra fez muitos amigos e ao chegar à vida adulta seu caminho tomou outros rumos e a sua ida para outros pagos foi inevitável. Tornou-se caminhoneiro, casou e contituiu família. Entretanto, como diz o adágio popular, “O bom filho a casa torna”. Fazendo jus à lenda missioneira de que quem bebe da água do rio Itanquarinchim um dia acaba retornando a este solo vemelho, hoje com 74 anos de idade,  volta pilotando um Ford Corcel ano 1976, adquirido na dácada de 1990, na cidade de São Miguel das Missões/RS. Ele que possui residência fixa na cidade de Brasnorte, interior de Mato Grosso, retorna periodicamente de férias rever os amigos e familiares que tanto estima.
De acordo com o aposentado Nelmo Back, a sua aventura a bordo de um Ford Corcel 1976 lhe traz muita satisfação. “Eu sempre gostei muito de viajar. Do ano de 1970 até 1980, trabalhei como caminhoneiro. Conheci muitas cidades e Estados brasileiros. Estive na Bahia, Paraná, Rio Grande do Norte, entre outros tantos. Sempre tive uma norma própria, ao escolher o local da viagem eu dava preferência a lugares que eu não tinha estado, para que desta forma pudesse aliar o útil ao agradável. Vivo a vida da forma que desejo, livre como o vento, desprendido. Se hoje estou em uma cidade, amanhã posso estar em outra. Graças a Deus nunca tive problemas de saúde, sou quase octagenário e tenho uma saúde de ferro. Também jamais corri perigos em minhas andanças, por isso me considero uma pessoa abençoada”, conta, emocionado.
Sempre que vem passear, fica um período em Santo Ângelo, após vai a Caibaté, São Miguel das Missões e em São Luiz Gonzaga. Nestas cidades, “Seu Nelmo” revela que geralmente o pessoal para na rua para conversar, pois acham curioso o fato de um homem na sua idade sair viajar sozinho de carro. Quando questionado se sofre de algum desconforto, já que passa boa parte de seu tempo no interior do automóvel se deslocando de uma cidade a outra, ele diz que não, pois seu veículo é muito confortável, eis que no inverno é agradável e no verão ele dorme no capô do carro. “Eu não passo aperto com minha caranga. Muitos dizem que ela é feia, caindo aos pedaços, mas não sabem o quanto estão enganados. De lataria ele está feio, mas na parte mecânica está impecável, inclusive não é qualquer carro que se iguala a ele neste quesito e se encontra em condições legais para transitar. Durante dois meses ele é meu lar. Dentro dele eu almoço, janto e durmo. Se eu tivesse um carro todo incrementado, não teria o sossego que tenho, pois muitos malandros tentariam me assaltar. No inverno, o interior do veículo é bem quente, mais quente do que em um quarto de hotel. No verão eu não me aperto, se está muito calor, tiro meu lençol do porta malas, coloco sobre o capô e durmo muito bem. Para fazer minhas necessidades e tomar um banho, uso os postos de combustíveis, desta forma dificilmente preciso recorrer a hotéis e à casa de amigos, até porque se ir para qualquer um dos dois é provável ou que o parente acabe constrangido com a presença prolongada ou acabam os pilas com diárias e similares. Desta forma, vivo bem em meu Corcel, sem horários, regras ou constrangimentos”, relata Nelmo.
Quando perguntado sobre o que sua família pensa a respeito de suas aventuras, Seu Nelmo fala que há algum tempo não mantém contato com eles. “Prefiro desta forma, eles no lar deles e eu vivendo minha vida. Sou divorciado, por este motivo vou sozinho atrás de meus sonhos”.

Neste artigo

Participe da conversa