Depende do Coletivo

Em março, deste ano, uma campanha deverá ser intensificada em todo o município

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Campanha de Recolhimento do Lixo

Um outdoor alerta sobre a necessidade de separar o lixo orgânico do inorgânico em Santo Ângelo. Em março, deste ano, uma campanha deverá ser intensificada em todo o município, pois as entidades envolvidas na coleta, separação e destinação final do lixo percebem que a cultura de reciclagem está perdendo força a cada dia, tendo em vista a falta de informação e hábito de separação.

O lixo seco recolhido é encaminhado até a sede da Cooperativa Ecos do Verde. Os cooperados evitam que 100 toneladas de plásticos, papeis e outros materiais acabem aterrados em Giruá. Mas esta quantidade poderia ser praticamente o dobro, afirma a presidente da cooperativa, Martiane Nicoleti. Ela percebe que há necessidade de qualificar o processo como um todo: iniciando na separação feita na casa de cada família, regularidade na coleta e investimento público para qualificar as estruturas da cooperativa. Ela acredita que poderia dobrar a quantidade de material reciclado, caso fossem adotadas novas metodologias de separação, inclusive na Ecos do Verde, que conta com equipamentos obsoletos e inadequados para o exercício da função que desempenham.

No entanto, ela enumera que a cooperativa não tem condições de investimento para alavancar patamares mais qualificados, necessitando um aporte do poder público, Martiane afirma que a reciclagem dá retorno para o município, visto que são gastos milhões anualmente com o destino final do lixo em Santo Ângelo, quanto melhor for realizado a separação e qualificado o trabalho da Ecos do Verde, menos se gasta com o destino final do lixo que é pago pelo peso.

O lucro obtido com a venda dos materiais separados pela Ecos do Verde gera renda para 36 famílias, os cooperados apuram pouco menos de um mil reais, além de despesas com água, luz, internet, combustível e demais necessidades diárias, o frete para o transporte do material até a indústria impactam na receita da cooperativa que ainda necessita de apoio para melhorar as estruturas e aumentar a escala de produção.
“A reciclagem depende do coletivo para dar certo” disse Everton Almir Nicoletti que trabalha há 18 anos na Ecos do Verde. Ele conta que a quantidade de papeis e plásticos que são coletados no dia do lixo úmido ainda surpreende, afirmando que ainda há muito trabalho a ser feito para evitar que estes materiais fiquem anos na natureza.

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