Produtores rurais transformam esterco fresco em gás de cozinha

Biodigestores instalados na zona rural de Santo Ângelo produzem gás a partir do esterco fresco de gado

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Itamar Marchi prepara a matéria prima do biodigestor (esterco e água na mesma proporção)
Itamar Marchi prepara a matéria prima do biodigestor (esterco e água na mesma proporção)
A inauguração contou com a presença de agricultores, representantes do Sindicato Rural, Secretaria da Agricultura, Técnicos da FETAG e da Associação Sepé Tiaraju
A inauguração contou com a presença de agricultores, representantes do Sindicato Rural, Secretaria da Agricultura, Técnicos da FETAG e da Associação Sepé Tiaraju

Biodigestores transformam esterco fresco de gado e produzem gás que alimenta as chamas de fogões e fornos domésticos. Em Santo Ângelo, são oito sistemas que entraram em funcionamento. Na manhã da última sexta-feira, dia 20, Generoso e Alda Marchi receberam a visita de representantes de entidades que viabilizaram a implantação deste sistema de produção de energia sustentável em sua propriedade rural, localizada em Lajeado do Cerne, interior do município.
No final da tarde de quinta-feira, dia 19, Alda assou duas fornadas de pão com o gás produzido no biodigestor e, na manhã seguinte, recebeu os visitantes com chimarrão, pão e linguiça. “Não ‘preteia’ a panela, não ‘preteia’ a chaleira e o fogo esquenta mais que a do gás comum”, afirmou Alda ao falar do uso do gás produzido a partir do esterco de gado. Depois de passar pelo biodigestor, o esterco vira novamente fertilizante e ganha mais qualidade para aplicação do que o esterco “vivo” do curral. Além disso, o biofertilizante facilita a absorção dos nutrientes pelas plantas.
O projeto de construção destes biodigestores é coordenado pela ONG – Diaconia e também está presente em outros seis estados brasileiros. No Rio Grande do Sul ganha a parceria da FETAG – Federação dos Trabalhadores na Agricultura e no município está sendo executado sob a supervisão da Associação Sepé Tiaraju, que é composta por lideranças de sindicatos rurais desta região, inclusive ganhou o respaldo da Secretaria Municipal da Agricultura que colaborou com maquinário e a participação da EMATER. O custo total do sistema incluindo mão de obra e materiais, inclusive o encanamento do gás até os fogões é estimado em R$ 5 mil.
A Diaconia contou com o apoio do Fundo Socioambiental Caixa e os pequenos produtores rurais não tiveram custos com a construção e instalações dos Biodigestores, terão apenas que realizar a manutenção do processo. Os materiais utilizados para construir o sistema são considerados de baixo custo, atendendo conceitos de sustentabilidade: “ecologicamente correto, socialmente justo e economicamente viável”.

Mais 50 serão construídos
Em todo o Rio Grande do Sul já foram construídos 67 Biodigestores. No ano de 2017, mais 50 produtores rurais terão oportunidade de construir um sistema destes em suas propriedades. Este novo projeto será custeado com recursos do Badesul e terá subsídio de 80%, viabilizado por meio da Secretaria do Desenvolvimento Rural do Estado.

Como funciona
O Biodigestor é composto por três elementos principais, um local onde o esterco fresco é misturado, meio a meio, com água e depois desce por gravidade até o tanque de fermentação e estocagem do gás. Por último os resíduos são coletados em um terceiro elemento onde o esterco já está processado e pode ser utilizado para adubar a plantação.
Os(as) agricultores(as) podem abastecer o biodigestor no início da manhã, logo após a ordenha. Se houver alta insolação, calor e pouca chuva – a fermentação é eficiente, e já no fim da manhã há forte produção acumulada de biogás que permite o cozimento.
O biogás por ser extremamente inflamável, oferece condições para diferentes usos. O principal deles, neste projeto, é o uso nos fogões domésticos para cozinhar. Entretanto, o biogás pode também ser utilizado em lampiões, motores de combustão interna à gasolina e álcool, geladeiras à gás e muitos outros usos.
Um bom manejo do biodigestor e seus produtos permite uma ciclagem eficiente de nutrientes, fazendo retornar ao solo o “adubo” que foi absorvido pelas plantas forrageiras e que virou esterco através da alimentação do gado.
Estavam presentes no ato simbólico de inauguração do Biodigestor a Engenheira Agrônoma responsável, Marlise Felipin, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Santo Ângelo, Daniel Casarim, o Secretário da Agricultura do Município, Luiz Gilmar Borges, o assessor de políticas agrícolas da FETAG, Marcio Langer e também representantes de duas outras famílias de Santo Ângelo que foram beneficiadas com o projeto, Leandro Donadel e Ademir Friske, entre outras pessoas ligadas ao projeto e das famílias.

Alda Marchi assou duas fornadas de pão para receber as visitas com o gás do biodigestor
Alda Marchi assou duas fornadas de pão para receber as visitas com o gás do biodigestor
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1 comentário

  1. Belmiro moreira de Souza filho Responder

    Estou precisando fazer esse projeto do gas de cuzinha att Belmiro moreira de souza filho