Sábado 27/08/2011

A concordância verbal com as porcentagens oferece dificuldade para os que escrevem e falam, inclusive para os que escrevem em jornais e falam nas rádios. Tratemos, em primeiro...

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A concordância verbal com as porcentagens oferece dificuldade para os que escrevem e falam, inclusive para os que escrevem em jornais e falam nas rádios. Tratemos, em primeiro lugar, desse assunto. Os gramáticos trazem duas explicações acerca dessa concordância. A primeira trata da concordância da porcentagem sem o especificador. O verbo, nesse caso, concorda com o número da porcentagem. Cinco exemplos: Apenas 1% votou nas prioridades municipais. Só 1,9% quis educação, saúde e segurança. Tão só 2% por cento votaram nas prioridades gerais. Todos sabem: 70% votaram nas prioridades educacionais. Quarenta por cento, senão mais, caducaram.  Que concordância se nota nessas  frases? Nota-se que o verbo fica no singular quando o número da porcentagem é inferior a 2, e que fica no plural quando o número da porcentagem é 2 ou mais. Simples a primeira explicação? Simples. Vejamos agora a segunda explicação gramatical. A segunda explicação traz a concordância da porcentagem com o especificador. O verbo, nesse caso, concorda com o especificador. O especificador singular tem verbo no singular, e o especificador no plural tem verbo no plural. Cinco exemplos: Apenas 1% do alunado ficou reprovado. Só 1,8% do alunado ficou em exame de segunda chamada. Oitenta por cento da cidade ficou sem energia elétrica. Os noticiários da imprensa dizem isto: 1% dos eleitores aprovam os políticos corruptos. Sim, disseram os canais de televisão que 97% dos brasileiros aprovam faxinas em todos os ministérios, inclusive na Câmara Federal e no Senado, cujas faxinas devem se estender de 1964 a 2011. Nota-se, pois, que nessas frases o verbo concorda em número com o número do especificador. Simples a segunda explicação? Simples. Tratemos, em segundo lugar, da concordância verbal com as e nas frações. Os gramáticos dizem que o verbo deve concordar com o numerador da fração, ou seja, com o número de cima. Detalhando, se o numerador é 1, o verbo fica no singular; se o numerador é 2 ou de 2 a mais, o verbo fica no plural. Cinco exemplos: Ouve-se que 1/3 dos eleitores se recusou a aceitar a proposta salarial. Fala-se que 1/5 dos estudantes não sabe por que estuda. Saiu na imprensa que 2/3 do eleitorado se frustraram com o aumento do número de vereadores. Pessoas mais informadas desconfiam que 3/4 dos juízes estão começando a ficar  com medo das ameaças de morte que vêm recebendo dos criminosos, entre os quais, os de colarinho branco. Setenta por cento dos bandidos de colarinho branco, senão mais, continuam impunes e fora dos presídios. Simples a concordância do verbo com as e nas frações? Simples. Há duas frases de porcentagem e uma de fração que não começaram com número, mas com palavra, por quê? Os gramáticos dizem que a primeira palavra da frase não deve iniciar com número, mas com palavra. E da segunda palavra em diante? É lógico, pode a frase registrar o número e não a palavra. Exemplo: Noventa e sete por cento dos brasileiros querem que a presidenta Dilma Rousseff faça 100% de faxina nos ministérios, ou seja, 97% dos brasileiros querem faxinas radicais em todos os cantos das repartições públicas federais, estaduais e municipais, também nos das empreiteiras.

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