Sábado 17/12/2011

Como a milenar expressão latina “repitio est mater sdudiorum” significa “a repetição é a mãe dos estudiosos”, repetem-se, neste espaço, os usos das expressões “a maioria de” e...

1110 0

Como a milenar expressão latina “repitio est mater sdudiorum” significa “a repetição é a mãe dos estudiosos”, repetem-se, neste espaço, os usos das expressões “a maioria de” e “a minoria de”, bem como os usos das expressões “em que pese ao” e “em que pese o”.
A expressão “a maioria de” tem como sinônimos “o maior número de” e “a maior parte de”. A expressão “a minoria de” tem como sinônimos “o menor número de” e “a menor parte de”. Tanto a expressão “a maioria de” com seus dois sinônimos quanto a expressão “a minoria de” com seus dois sinônimos são antônimas. Antes da preposição “de” as palavras são chamadas de núcleos; depois, de periferias. A preposição “de” nas seis expressões pode variar em gênero e número: do, dos, da, das.
As seis expressões admitem duas concordâncias verbais possíveis, corretas, gramaticais, cultas. A primeira concordância admitida [a mais usual em termos cultos da linguagem, usada, inclusive, por mim] é a do verbo concordar com os núcleos das expressões. Exemplos: A maioria das famílias ricas gasta muito no mês do Natal. O maior número das famílias ricas passa bem no Natal. A maior parte dos jovens ricos bebe demais no Natal. A minoria das famílias pobres passa fome também no Natal. O menor número das famílias pobres vê mesa vazia também no Natal. A menor parte dos jovens pobres tem como bebida suco também no Natal.
A segunda concordância admitida [a menos usual em termos cultos da linguagem e que dá sublinha verde na tela do computador] é a do verbo concordar com as periferias das expressões. Os mesmos exemplos: A maioria das famílias ricas gastam muito no mês do Natal. O maior número das famílias ricas passam bem no Natal. A maior parte dos jovens ricos bebem demais no Natal. A minoria das famílias pobres passam fome também no Natal. O menor número das famílias pobres veem mesa vazia também no Natal. A menor parte dos jovens pobres têm como bebida suco também no Natal.
Ambas as expressões, tanto a iniciada e terminada por preposição “em que pese ao”, a mais antiga e clássica, a mais usada pelos puristas e conservadores da língua padrão, quanto a iniciada por preposição e terminada por vogal “em que pese o”, a mais moderna e popular, a mais usada pelos falantes e renovadores da língua, são corretas em português e podem ser usadas.
A expressão “em que pese” iniciada e terminada por preposição tem estes dois detalhes: varia a preposição e nunca varia o verbo “pese”. A expressão “em que pese” iniciada por preposição e terminada por artigo também tem estes dois detalhes: varia o artigo e varia o verbo “pese”.
Exemplos com a expressão “em que pese” iniciada e terminada por preposição: Em que pese ao Instituto Ronaldinho Gaúcho, as crianças pobres e carentes de Porto Alegre não são ajudadas. Em que pese às crianças pobres e carentes de Porto Alegre, o Instituto Ronaldinho Gaúcho não ajuda. Exemplos que têm a expressão “em que pese” iniciada por preposição e terminada por vogal: Em que pese o tráfico de influência em Brasília, o ministro das Cidades chorou em Salvador no dia 25 de novembro de 2011. Em que pesem as corrupções, os movimentos contra as corrupções devem tirar, com o tempo, o poder de todos os corruptos.         

Neste artigo

Participe da conversa