Quarta-feira 22/06/2011

A Legalidade- Parte II Os militares, para evitar um derramamento de sangue e guerra civil, usaram o bom-senso. Procuraram negociar com o General Machado Lopes, sr. Leonel Brizola,...

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A Legalidade- Parte II
Os militares, para evitar um derramamento de sangue e guerra civil, usaram o bom-senso. Procuraram negociar com o General Machado Lopes, sr. Leonel Brizola, e, mesmo com o Sr. Goulart a sua posse na Presidência, chegando a um senso. Seria estabelecido um regime parlamentarista, governado pelo primeiro-ministro, eleito pela Câmara, indicado pelo Presidente da República seria um chefe de estado sem poderes executivos. Sr. Goulart que estava no Uruguai em fim de viagem pelo mundo, concordou para poder tomar posse. Mas, conforme a Revista Veja, sendo ele originário de uma família chimango- republicana- jamais aceitaria governar com um regime maragato (federalista), o parlamentarismo. Pois os gaúchos originalmente sempre se dividiram em chimangos e maragatos.
Sendo eleito primeiramente primeiro ministro o Sr. Tancredo Neves, que realizou um governo austero, honesto e transparente, – melhor governo que conhecemos em nossa vida, entre outras qualidades, foi o único que não emitiu até então. O Sr. Goulart, assim que pôde, tratou de derrubá-lo por manobra política e, sucessivamente, indicar outros primeiros ministros fracos, até desmoralizar o regime parlamentarista e mediante um plebiscito com grande propaganda contra o regime, impor o presidencialismo puro, apoiado por Brizola.
Os militares desconfiaram de suas intenções, não lhe dando apoio total. Achavam que ele com Brizola e o apoio dos comunistas, queria impor à nação uma republica sindicalista. O Sr. Brizola com os “Grupos dos 11 em quase todo o Estado, que era um agrupamento paramilitar de apoio ao Governo” paralelo às Forças Armadas. Insuflado pelos comunistas, o Sr. Brizola procurou desenvolver suas ideias. O tempo passou. O Sr. Goulart perdeu o apoio da direita, dos militares e finalmente dos democratas que lhe davam sustentação no poder. Procurou, então, o apoio da esquerda e da extrema esquerda (que queria chegar ao poder), e, da insuflação do Sr. Brizola, que pregava a tomada do poder pelos trabalhadores numa República Sindicalista. Estavam levando o país a uma desordem civil. Num ano houve 125 dias de greve, lideradas pelos sindicalistas e comunistas, parando totalmente as atividades produtivas da Nação.
Nessa época, éramos presidente da Associação comercial de Santo Ângelo e vivenciamos essas greves. Mais de uma vez, quando estávamos tomando o café da manhã, entravam porta a dentro o comando-geral de greves – construído por comunistas e sindicalistas- exigindo que o comércio, as indústrias e os bancos fechassem suas portas em apoio à greve decretada por eles. E por falta de apoio do poder civil e militar, éramos obrigados a pôr uma nota no rádio, pedindo que o comercio, a industria e os bancos parassem suas atividades em apoio à greve geral por eles decretada. Esses estabelecimentos não se conformavam de sustar suas atividades. Nós explicávamos que de momento não tínhamos outra solução, por falta de garantias.
Até que encontramos o Gel.Tenorio, nosso amigo de solteiro e já na reserva. Espusemos a ele nossa situação e o dilema em que vivíamos. Este, porém, nos deu a dica: procurar o Coronel comandante do BCCL e lhe expor a situação, informando, também, que não podia contar com a proteção militar, porque o coronel comandante da guarnição militar era o coronel Madeira, comunista e brizolista, que, sempre desfilava pela cidade, acompanhado de alguns sargentos, dizendo em alto e bom som, que quem mandava na cidade era ele, e ostensivamente botava a mão no 38 na cintura. Cometia arbitrariedades na cidade. O Coronel comandante do BCCL me  disse, após me ouvir, que eu deveria pedir o apoio e garantia aos poderes civis, porque somente se esses não pudessem garantir a ordem e nos pedissem auxilio, é que a força federal poderia entrar em ação. Eu lhe agradeci a atenção e quando já na porta nos retirávamos, ele nos chamou, dizendo: Moço! Pode trancar o pé, que se for preciso, entraremos de qualquer maneira, para garantir a ordem! Então lhe perguntei se era verdade que ele era o chefe de polícia do Governo de Lacerda no Rio de Janeiro e que garantiu a ordem durante a Legalidade? Ele me respondeu afirmativamente. Ao que redarguí: Então estamos entendidos, coronel! CONTINUA…

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