Arthur Arão- Parte II
Fato real contado por Aramis Kaercher: O Sr. Nelson Kaercher, ex-presidente da Acisa por diversos mandatos e principal construtor de sua sede como é hoje, quando servia e estava de cabo de guarda, o Arthur Arão, preso no quartel por suas tropelias e crimes, tendo sua mãe falecida, veio pedir para sair e ir ao velório da mesma, se comprometendo a voltar até as cinco horas da manhã, sobre palavra de honra. O Sr. Nelson, após titubear, concordou.
Às cinco horas da manhã, conforme combinado, o Arthur Arão se apresentou. Passando algum tempo, muito depois de dar baixa, o Sr. Nelson Kaercher vinha em seu carroção de mascote, na zona de Comandaí, quando viu uma poeira de cavaleiros. Era o Sr. Arthur Arão com sua capangada, que se aproximaram e começaram a saquear o carroção de mercadorias.
Arthur Arão, aproximando – se, reconheceu o mascote e disse: “ É o cabo Nelson, aquele que permitiu que eu fosse ao velório de minha mãe. Companheiros suspendem o saque e devolvam as mercadorias!”
Cabo Nelson! Sempre que tu precisar de alguma coisa, ou tiver algum problema aqui na zona de Giruá, é só me avisar que estarei pronto a te auxiliar!
Assim, o Sr. Nelson Kaercher, que mais tarde se tornaria um dos maiores comerciantes de Santo Ângelo, seguiu a viajar com o seu carroção de mascote, e o Athur Arão e seus companheiros também seguiram em seu galope.
Arthur Arão, em dado momento de sua vida, começou a agir na zona de Carazinho. Inclusive, parece que trabalhando – numa tarde chuvosa, estava a peonada de uma fazenda chimarreando em roda do fogo de um galpão, quando o Athur Arão chegou e sentou num banco, de frente para outro banco onde estava o Sr. Leonardo Lemos, carpinteiro e caçador, sentado junto com os outros peões. Imediatamente ele trocou de lado e sentou-se ao lado do Sr. Leonardo. Este recentemente, levantou e sentou no lugar do primeiro, dizendo: sentaste ao meu lado para me ganhares no grito, desarmando como é o teu sistema. Pois comigo tu não levas. Pois sempre que tu te meteres com caçadores, tu levarás a pior.
Arthur iniciou a fazer desordens (das suas) pelo Carajá. E a vizinhança resolveu dar uma batida nele. Num encontro, o Sr. Leonardo Lemos conseguiu feri-lo na bacia ou no quadril, com um tiro.
Em seguida lhe disse: Avisei – te que não era para te meter com caçadores…
Mais tarde, retornando à zona de Giruá e imediações, ele mandou a um novo comerciante da zona de Inhacorá (rapaz novo e de origem) que depositasse mercadorias, roupas, mantimentos e balas de armas (munições) num determinado lugar no mato. Este, respondeu que não poderia mandá – los, pois estava recém-começando a vida de comerciante.
Arthur Arão redarguiu dizendo que às dez horas da noite iria buscá – los em seu estabelecimento. E assim fez o mesmo comerciante preparou – lhe uma recepção a bala. Foi um grande tiroteio, resultando na morte de Arthur Arão. Esta é uma das versões da morte de Arthur Arão, que eu conheci no interior de Giruá.
Esta é uma pequena parte da história e lenda deste trabalhador, vingador, soldado e bandoleiro que eu conheci.