Sábado – 27/11/2010

O homem e o cósmicoO ser humano é um medroso por sua natureza racional. Medo do fracasso, do desconhecido, do infortúnio, da rejeição, até de um micro inseto.Em...

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O homem e o cósmico
O ser humano é um medroso por sua natureza racional. Medo do fracasso, do desconhecido, do infortúnio, da rejeição, até de um micro inseto.
Em muitas oportunidades nos colocamos em situações de risco sem estarmos preparados para aquele momento e aquela experiência. Se fracassarmos, serviremos de chacotas para alguns, mas seremos consolados e entendidos por outros. Este consolo, não só nos conforta, mas nos encoraja para continuar tentando até alcançarmos nossa satisfação egóica. Pessoal e instransferível.
Quando presenciamos certos eventos sociais, provavelmente o mais sério por suas conseqüências, seja o casamento. O homem e a mulher são preparados para enfrentar as mais inusitadas situações, mas não para o casamento. Daí as crises pessoais, com as famílias e com as comunidades. O Estado ainda não despertou para esse grande drama que enfrentam os jovens e a maioria das famílias.
Pelas pequenas e mais elementares atitudes, presenciamos que a sociedade – dita organizada – vem sofrendo grandes dissabores, infortúnios e desgraças, por descuidar de si mesma. Da sua organização. Das suas prioridades. Em suma, da sua essência em ser. Afinal, nossos relacionamentos são primordiais na nossa formação e comportamento em relação a tudo e todos.
Há pouco reencontrei um velho amigo, hoje com quase oitenta anos. Quando eu era guri ele era um jovem negro e, em muitas oportunidades, o vi colocado em situações críticas, talvez angustiantes para ele, mas se sujeitava a vontade dos outros, provavelmente levado a um reencontro com o seu próprio eu. Sua pessoalidade. Seus anseios de auto-afirmação.
Será que somos assim por natureza, – nos realizarmos com o infortúnio dos outros, ou levamos a vida muito levianamente e de forma desrespeitosa em relação ao nosso semelhante? Na verdade o que falta a muitos é o cuidado no trato com a sensibilidade do ser humano. Pequeno ou grande, orgulhoso ou humilde. Homem ou mulher. Preto ou branco. Saudável ou sequelado. Afinal, onde poderemos encontrar nossa origem. Nossa essência. Nossa espiritualidade. Nosso Deus, se não num reencontro com nosso próprio semelhante e ele conosco. Cada um dentro das suas habilidades e limitações.
Relembrando daquele tempo. Daqueles adultos que me cercavam e me davam apoio. Tenho muita tristeza pelas tantas coisas erradas a que presenciei. Hoje entendo aquelas atitudes, que poderiam ter sido evitadas, e todos serem mais felizes. Maiores, a nossa visão, nossa apreciação e nossa humilde crítica. Certamente, quando nos voltarmos para a formação do ser humano, na sua grande façanha de ser uno e especial, finito e eterno. Num só tempo, dual – animal e divino. Então seremos livres, e encontraremos a felicidade em tudo e todos.

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