Sábado 10/09/2011

A vírgula, mesmo sendo um sinal gráfico pequeno, consegue mudar totalmente o significado de uma frase. A vírgula exige tempo, muito tempo, para ser entendida e usada de...

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A vírgula, mesmo sendo um sinal gráfico pequeno, consegue mudar totalmente o significado de uma frase. A vírgula exige tempo, muito tempo, para ser entendida e usada de maneira correta. Requer perfeito entendimento da frase, do período e do texto. Exige concentração e raciocínio porque, conforme o sentido da frase, do período e do texto, pode ser facultativa, proibida ou obrigatória. Ademais, pede conhecimentos básicos de sintaxe.
Vejamos este período: Se o homem soubesse o valor que tem a mulher andaria de joelhos a sua procura. Falta ao período uma vírgula obrigatória. Dependendo do sentido que queiramos dar ao período, a vírgula deverá ficar depois da palavra mulher ou depois da forma verbal tem. Se dermos o sentido de que a mulher tem o valor máximo, o período deverá ser  virgulado deste modo: Se o homem soubesse o valor que tem a mulher, andaria de joelhos a sua procura. E se quisermos dar o sentido de que o homem tem o valor máximo, o período  deverá ser virgulado assim: Se o homem soubesse o valor que tem, a mulher andaria de joelhos a sua procura. Toda vez que começarmos uma frase ou um período com a palavra se, temos de pôr vírgula obrigatória depois de o se completar o sentido dessa frase ou desse período. Exemplo: Se o povo soubesse o poder que tem os corruptos não mais ficariam no poder. A palavra se completou o sentido depois da forma verbal tem. Depois do tem temos de pôr vírgula obrigatória. O período acima, uma vez pontuado na forma gramatical, tem de ficar deste jeito: Se o povo soubesse o poder que tem, os corruptos não mais ficariam no poder.
Este outro caso de vírgula vale também para os jornalistas e radialistas. São as vírgulas do aposto. Aposto, numa explicação simples, é uma palavra ou mais que esclarece ou esclarecem alguma coisa do sujeito. Um exemplo: A presidenta da República Dilma Rousseff esteve na Expointer bilionária em Esteio.
O período acima tem de ter duas vírgulas obrigatórias, uma antes de Dilma e outra depois de Rousseff, porque Dilma Rousseff é aposto. Convém lembrar que aposto dentro do período exige duas vírgulas obrigatórias. Outros sinais de pontuação que substituem as duas vírgulas no aposto interno são os dois travessões, os dois parênteses e os dois colchetes. No exemplo dado, não poderíamos deixar Dilma Rousseff sem vírgulas, ou sem travessões, ou sem parênteses, ou sem colchetes? Não.
Não por quê? Porque, como antes dissemos, Dilma Rousseff é aposto. Se não colocássemos nem colocarmos Dilma Rousseff entre vírgulas, a república em tela teria estes três nomes: República Dilma Rousseff.
Mais isto, sabemos que em Brasília ocorre no primeiro final de semana de cada mês a troca da Bandeira Nacional. Eis, portanto, mais este exemplo: Dilma Rousseff, Presidenta do Brasil, participou pela primeira vez, desde que tomou posse, da Cerimônia de Troca da Bandeira Nacional.
O aposto na frase acima é Presidenta do Brasil e deve ser pontuado com duas vírgulas obrigatórias. Ou com dois travessões, ou com dois parênteses, ou com dois colchetes. Hoje as vírgulas são mais usadas. Se a expressão Presidenta do Brasil não estivesse virgulada, o nome e o sobrenome da Presidenta teriam, então, estas cinco palavras: Dilma Rousseff Presidenta do Brasil.

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