Diariamente são produzidos no município de Santo Ângelo quase 80 m³ de resíduos de construção. A classificação e o reaproveitamento foram às únicas saídas para o setor continuar ativo no município, pois desde que a nova Política Nacional de Resíduos Sólidos foi publicada no ano de 2012, não é possível depositar este tipo de material nos aterros sanitários da região.
A prática de separação e classificação foi adotada para que fosse possível reaproveitar e destinar corretamente os diversos materiais que sobram das obras. Somente deste modo foi possível dar continuidade ao recolhimento dos entulhos. O papel, ferro, PVC, madeira e a tradicional caliça, ou seja, o entulho composto por alvenarias, concreto, argamassas e solos ganham novas utilidades quando separados.
Os irmãos Anderson e Wilson Dias prestam serviço de recolhendo de entulho no município, são aproximadamente 35 m³ diários. Eles contam que a caliça e o ferro são geradores de renda, a caliça é vendida para fazer aterro em construções e o ferro para a indústria.
Os resíduos tóxicos como latas de tinta, solvente e gesso geram custo e outros materiais como papel, vidro, plásticos e madeira são doados para pessoas interessadas e para a associação Ecos do Verde, que faz o enfardamento e posterior venda para as indústrias de reciclagem dos materiais que comercializa, como o papel e o plástico.
Laurence e Guilherme Dornelles também trabalham no ramo, além de revender o ferro e a caliça ainda dispõe de uma rede de receptores para vender a madeira, o papel e o plástico. Além disso, comercializam tijolos antigos para construções em estilo rústico. Os tijolos de barro antigos, tem formato, durabilidade e tamanho diferenciado. Quando separados e paletizados agregam valor e podem ser vendidos para obras que primam pela personalização e sustentabilidade por meio do reaproveitamento.
Os empresários do ramo destacam que os diversos materiais apresentam um grande potencial de reaproveitamento, inclusive em construções sustentáveis, no entanto, lembram que não há interesse comercial em reaproveitar cacos de cerâmica, por exemplo, pois a mão de obra se tornou mais cara que o próprio material.
Classificação do entulho
Classe A:
Alvenarias, concreto, argamassas e solos – podem ser reutilizado na forma de agregados;
Classe B:
Restos de madeira, metal, plástico, papel, papelão, gesso, vidros. Eles podem ser reutilizados no próprio canteiro de obra ou encaminhados para reciclagem;
Classe C:
Resíduos sem tecnologia para reciclagem;
Classe D:
Resíduos perigosos, tais como tintas, solventes, óleos e outros, ou aqueles contaminados oriundos de obras em clínicas radiológicas, hospitais, instalações industriais, etc.
