Mediunidade não tem rótulo
As confissões do padre Marcelo Rossi ocupam as páginas amarelas da VEJA em sua última edição. A entrevista tem repercutido intensamente, pois o líder da Renovação Carismática diz ter sido boicotado pela Arquidiocese de São Paulo durante a visita do papa Bento XVI (não foi permitida sua aproximação ao Sumo Pontífice), como também teceu críticas aos padres que não usam batina. Segundo o padre Marcelo:
– A batina é a identidade sacerdotal. Acho um perigo não usá-la. A batina impõe respeito, é uma proteção – inclusive contra o assédio das mulheres.
Pessoalmente, acho que a Igreja Católica começou a decair perante os olhos do povo quando aboliu a batina dos sacerdotes e dos professores dos colégios católicos.
Outro ponto da entrevista é o reconhecimento da mediunidade do padre Marcelo Rossi, embora ele afirme que não é vidente nem médium. Nem poderia dizer isso, publicamente, é claro, pois a Igreja Católica nega o mediunismo, inobstante a farta literatura sobre a influência de anjos (espíritos puros) sobre a humanidade, desde tempos remotos. Mas, a propósito, eis o que afirma o sacerdote que arrebanha milhares de católicos nas missas rezadas por ele, o que nenhum outro padre consegue, o que é motivo de indisfarçável inveja dos colegas:
– Tenho um dom especial. Deus me mostra algumas coisas quando eu toco nas pessoas. Muitas vezes, quando toco em uma grávida, sei o sexo do bebê.
Não será surpresa se, mais adiante, a persistirem o boicote e a inveja sofridos pelo sacerdote paulista, o padre Marcelo trocar a batina pelo exercício pleno da mediunidade, pois capacidade para tanto ele tem e a mediunidade de que é portador tende a se ampliar nos próximos anos. Chico Xavier também nasceu num lar católico, comparecia assiduamente às missas na igrejinha de Pedro Leopoldo, não faltava ao confessionário e depois comungava. A mediunidade fabulosa de que era portador o desviou para a prática espírita.
A verdade é que a mediunidade não tem rótulo. Há médiuns em todas as manifestações religiosas sinceras, devotadas ao bem, em que a fé não seja comercializada.
Nunca descobri a crença do norte-americano James Van Praagh, mas o mediunismo de que é portador é algo digno de pesquisa. Produtor executivo da série “Ghost Whisperer” (Sussurros do Espírito), apresentada no Brasil, pelo Canal Sony, o médium Van Praagh nos apresenta exemplos vivos de que os espíritos familiares ou amigos queridos estão sempre à nossa volta, acompanhando nossos passos e até mesmo nos ajudando na escolha do melhor caminho para nossas vidas.
O Livro dos Médiuns, uma das obras básicas codificadas por Allan Kardec, explica perfeitamente essa força estranha de que estão imbuídos companheiros da jornada terrena.
Outra obra que merece ser lida é de autoria do espírito André Luiz, psicografada por Chico Xavier, intitulada “Nos Domínios da Mediunidade”.